Bloco europeu cobrou de Elon Musk e Mark Zuckerberg que suas empresas cumpram regras contra circulação de conteúdo ilegal na internet. Descumprimento pode levar a multas de até 6% do faturamento global e até ao banimento das plataformas na Europa. Bilionários Mark Zuckerberg, dono do Facebook, e Elon Musk, dono do Twitter/X
Mandel Ngan/AFP e Alain Jocard/AFP
O Twitter (também chamado de X) e a Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, estão sendo questionados na União Europeia devido aos casos de desinformação veiculados nas plataformas sobre a guerra entre Israel e o grupo Hamas.
O bloco europeu reforçou a exigência para que as empresas removam conteúdo ilegal de suas redes sociais. Caso a ordem não seja cumprida, elas poderão enfrentar multas de até 6% do faturamento global e, em caso de reincidência, até mesmo serem proibidas de operar na Europa.
As redes sociais têm registrado casos de desinformação relacionada ao conflito, como imagens adulteradas e vídeos com informações incorretas, além de imagens que mostram violência de forma explícita.
Entenda o que diz a União Europeia:
o Twitter foi questionado devido aos casos de imagens antigas publicadas como sendo do conflito atual e de imagens que foram compartilhadas como reais, mas que foram retiradas de jogos com gráficos realistas;
a Meta foi cobrada por causa de relatos de postagens que envolvem deep fakes e conteúdo manipulado que circulam nas redes da empresa e, em alguns casos, continuam disponíveis.
Os comunicados foram enviados pelo comissário da União Europeia para Mercado Interno, Thierry Breton, que cobrou das plataformas o cumprimento da Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês).
Pela regra europeia, as plataformas são obrigadas a combater a divulgação de conteúdos ilegais e a rever sistemas para garantir a proteção a usuários menores de idade.
“O conteúdo circulando online que pode ser associado ao Hamas se qualifica como conteúdo terrorista é ilegal e precisa ser removido tanto de acordo com o regulamento DSA (Digital Services Act) quanto TCO (Terrorist Content Online)”, disse um porta-voz da Comissão Europeia à Reuters.
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O que diz o Twitter
Elon Musk rebateu a postagem e pediu que Breton listasse violações cometidas por sua rede social. O comissário, por sua vez, disse que Musk sabe dos relatos sobre conteúdo falso e glorificação da violência e afirmo que sua equipe está à disposição para garantir o cumprimento do DSA.
“Realizamos nossas ações abertamente. Não há acordos nos bastidores. Por favor, poste suas preocupações explicitamente nesta plataforma”, disse Musk em seguida.
O que diz a Meta
Procurada pelo g1, a Meta afirmou que um montou uma central para monitorar e responder a situação e que as suas equipes trabalham para agir em relação a conteúdos que violem as suas políticas ou as leis locais. Leia abaixo a nota da empresa:
“Após os ataques terroristas do Hamas contra Israel no sábado, rapidamente estabelecemos um Centro de Operações Especiais com profissionais, incluindo fluentes em hebraico e árabe, para monitorar de perto e responder a essa situação que está em rápida evolução.
Nossas equipes estão trabalhando ininterruptamente para manter nossas plataformas seguras, tomar medidas sobre conteúdo que viole nossas políticas ou leis locais e coordenar com verificadores de fatos independentes na região para limitar a disseminação de desinformação. Seguiremos com esse trabalho à medida que o conflito continue.”
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