Policiais batem em alunas dentro de escola do Irã e lançam gás lacrimogêneo contra pais


Segundo relatos de moradores de Teerã, agressão ocorreu após estudantes se recusarem a entrar celular – alunos têm filmado e divulgado imagens de protestos dentro das escolas após morte de Masha Amini sob custódia policial após “uso inadequado” do véu islâmico. Manifestações entraram na 5ª semana. Mulher corta o cabelo em público como forma de protesto no Irã
Yasin AKGUL / AFP
Alunas de uma escola secundária de Teerã foram fisicamente agredidas por policiais nesta segunda-feira (24), de acordo com vídeos de moradores locais publicados nas redes sociais.
Segundo as publicações, os policiais foram até a escola, revistaram as alunas e exigiram que todas entregassem seus celulares – ao longo das últimas semanas, junto dos protestos pela morte da jovem Masha Amini sob custódia policial por “uso inadequado” do véu islâmico, estudantes têm filmado protestos dentro das escolas.
Neste caso, as estudantes se negaram a dar seus telefones e, então, foram agredidas.
Os pais das alunas, que foram à porta da escola após a polícia entrar no local, foram barrados na porta, e, diante do protesto, os oficiais lançaram gás lacrimogêneo contra eles, de acordo com a agência de notícias Reuters.
As manifestações no Irã – sem precedentes na história do país – entraram na quarta semana. Os protestos eclodiram após Amini, iraniana de origem curda de 22 anos, ser hospitalizada e morrer enquanto estava sob custódia policial por não usar o véu “adequadamente”.
Ela viajava de férias com a família quando foi repreendida pela chamada polícia da moralidade do Irã.
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Protestos
As manifestações, que começaram em protesto pela morte de Amini em circunstâncias ainda não esclarecidas, pedem o fim da polícia da moralidade do Irã e miram até no governo.
Pela lei iraniana, que é baseada na Sharia – uma interpretação jurídica do Corão -, as mulheres devem usar o hijab, um tipo de véu islâmico que cobre a cabeça, o cabelo e o pescoço.
Dezenas de pessoas já morreram nos protestos, principalmente manifestantes, mas também forças de segurança. E centenas de outras foram presas.
Os protestos se espalharam também pelo mundo.

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