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Polícia Ambiental destrói armadilha destinada à caça de javalis em plantação de mandioca em fazenda


Funcionário da propriedade rural confessou ter fabricado a estrutura próxima à margem do Rio do Peixe, em Santo Expedito (SP), e levou multa de R$ 500,00. Armadilha para caça de javalis foi encontrada em Santo Expedito (SP)
Polícia Militar Ambiental
A Polícia Militar Ambiental apreendeu e destruiu nesta quarta-feira (28) uma armadilha destinada à caça de javalis que estava montada em uma fazenda em Santo Expedito (SP).
Um homem, de 58 anos, que é funcionário da propriedade rural, confessou ter fabricado e armado a estrutura próxima à margem do Rio do Peixe e recebeu um auto de infração ambiental com multa no valor de R$ 500,00.
Os policiais encontraram dentro da armadilha espigas de milho para a ceva de animais.
Segundo a polícia, o funcionário da fazenda alegou que havia montado a armadilha para capturar javalis, em um local com plantação de mandioca, e que não sabia da necessidade de autorização para exercer tal prática.
O homem foi autuado com base no artigo 25 da Resolução 05/2021, da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sima), que trata da infração administrativa de “matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar ou utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”.
Depois de apreendida, a armadilha foi destruída pelos policiais.
Armadilha para caça de javalis foi encontrada em Santo Expedito (SP)
Polícia Militar Ambiental
Expansão dos javalis e caça esportiva
Não existem estatísticas sobre a quantidade exata de javalis no Brasil ou o prejuízo que causam. Mas os especialistas são unânimes em dizer que a espécie deve ser controlada.
A caça deveria ser um dos principais métodos de controle, mas o aumento do número de caçadores não está se refletindo em uma redução dos javalis no país. Pelo contrário. O animal só está se espalhando.
Em 2016, havia javalis em 563 municípios brasileiros, segundo levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em 2019, o número quase triplicou e os animais apareceram em 1.536 municípios.
Em vez de controlar a expansão do animal, alguns caçadores estão, inclusive, espalhando o javali pelo país de forma ilegal.
O ritmo de expansão do javali no Brasil é bem maior do que o registrado em países vizinhos. É 11 vezes maior do que o do Uruguai, por exemplo, por onde a espécie foi introduzida no país.
Armadilha para caça de javalis foi encontrada em Santo Expedito (SP)
Polícia Militar Ambiental
Porcos selvagens
Os javalis (Sus scrofa scrofa) pertencem à família Suidae. São porcos selvagens naturais da Europa, do norte da África e da Ásia, que entraram no Brasil há mais de 100 anos. Eram criados para consumo, mas muitos escaparam do confinamento e cruzaram com porcos domésticos. Desse cruzamento surgiu um animal híbrido: o javaporco (Sus scrofa), que se desenvolveu e ficou maior. Enquanto o javali pesa em torno de 80 quilos, o javaporco pode passar de 100 quilos, e se reproduz mais de uma vez por ano, o que aumenta o risco de invasão e descontrole da espécie.
Invasões de javaporco já ocorreram em algumas áreas do Estado de São Paulo, como o Parque Estadual Vassununga, que precisou ser fechado depois que esses animais tomaram conta da mata e causaram um grande desequilíbrio ambiental. O parque, em Santa Rita do Passa Quatro (SP), já foi reaberto.
A facilidade que os javalis possuem de se adaptar a ambientes diversos e até modificados pelo homem e a ausência de predadores naturais os colocam na lista das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo.
Visualmente falando, em comparação com o queixada (Tayassu pecari) e com o cateto (Pecari tajacu), os javalis e javaporcos são bem maiores, já que esses últimos podem chegar aos 200 quilos. Além disso, possuem um rabo comprido de seis a oito centímetros, enquanto os pecarídeos têm “tocos” que não ultrapassam os três centímetros. As orelhas dos javalis também são maiores e mais compridas.
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Os dentes caninos crescem a vida toda nos javalis e saem facilmente da boca em direção à cabeça, chegando a medir até 12 centímetros. Além disso, os porcos são conhecidos pela capacidade de se “multiplicar” rapidamente, tendo em média de seis a dez filhotes por gestação.
Vivem em bandos geralmente com um macho dominante. Já a alimentação é diversa, sendo onívoros e não possuindo muitas restrições. Por esse motivo, quando há falta de oferta na natureza, esses animais podem causar estragos em lavouras, se alimentando até de galinhas e pequenos mamíferos. Eles também destroem nascentes e pisoteiam sementes.
O problema da superpopulação também acarreta outro desafio: a proliferação de doenças. Estudos ainda são escassos na área, mas porcos são flagrados com tumores e doenças de pele e não se sabe ao certo ainda quanto isso afeta outros animais nativos.
A Instrução Normativa nº 03/2013, de 31 de janeiro de 2013, do Ibama, considerou como javali a espécie exótica invasora javali-europeu, em todas as suas formas, raças, linhagens e diferentes graus de cruzamento com o porco-doméstico (Sus scrofa domesticus) para serem abrangidos pela mesma legislação.
Apesar de no Brasil ser proibida a caça, o javali, desde 2013, é a única exceção, com uma série de regras e processos a serem respeitados e seguidos. No entanto, as populações de javalis vêm aumentando e criadouros clandestinos só pioram o problema, o que prova que a caça não é um controle efetivo para o problema.
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Fonte

MicroGmx

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