PDT anuncia apoio a Fernando Haddad no 2º turno em São Paulo | Eleições 2022 em São Paulo

O acordo foi selado durante a tarde, em reunião da legenda com o candidato petista na sede do diretório paulista do PDT no Ibirapuera, Zona Sul da capital paulista.

“Lupi sabe que convidei o PDT para estar na chapa no primeiro turno. Aqui [no PDT] me sinto em casa. E o nosso propósito é mostrar [aos eleitores] que tem um campo aqui da democracia, da transparência”, disse Haddad durante o anúncio do apoio.

“Nossa mensagem é muito clara: somos do campo democrático, não negamos a ciência, não desrespeitamos as mulheres, não pregamos a intolerância, respeitamos o orçamento público e nós não temos sigilo de 100 anos. Somos do campo da transparência, da dignidade, da tolerância e do respeito. Agora de forma mais ampliada”, completou.

O candidato derrotado da legenda ao governo do estado, Elvis Cezar, não estava presente no anúncio oficial. O PDT não explicou o motivo da ausência dele.

Haddad aproveitou com encontro para alfinetar o adversário de segundo turno, que é nascido no Rio de Janeiro e mudou o domicílio eleitoral para São Paulo apenas em 2022.

“As pessoas ligadas a mim têm vínculos com o estado de São Paulo. Não estão chegando agora, não foram importadas ou designadas para cumprir uma missão. O nosso propósito é servir ao estado de São Paulo. Nós representamos uma mudança segura, não aventureira e extremista. Uma mudança que vai aperfeiçoar aquilo que é bom, vai mudar aquilo que não está funcionando”, declarou.

Mais cedo, Carlos Lupi se encontrou com lideranças do PT e formalizou o apoio do PDT ao petista na campanha presidencial. O partido havia lançado Ciro Gomes como candidato, mas o mesmo chegou em quarto lugar na corrida pelo Planalto. Lula disputa o segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O próprio Ciro anunciou na terça (4) que vai votar em Lula no segundo turno da eleição, “frente às circunstâncias” atuais em que o país se encontra (vídeo abaixo).

“Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora”, disse Ciro em vídeo postado nas redes sociais para anunciar o apoio.

Na reunião desta quarta (5), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, convidou Carlos Lupi a integrar a coordenação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

“Para nós, a coligação Brasil da Esperança, receber esse apoio do PDT, receber seu apoio, de tantos companheiros e companheiras nessa caminhada, é muito importante. Sinta-se bem-vindo. Você vai, com certeza, se quiser e puder, integrar a coordenação de campanha do presidente Lula nesse segundo turno, porque nós temos um grande desafio, uma grande responsabilidade, que é vencer o autoritarismo e o retrocesso nesse Brasil”, disse Gleisi.

Lupi reafirmou o apoio do PDT anunciado na terça-feira (3) e disse que o partido, que já foi perseguido, jamais estaria ao lado dos torturadores.

“Não é eleger só o Lula, é impedir um mal que a sociedade brasileira está abatida. Bolsonaro representa tudo o que a gente lutou contra durante a vida toda. Eu falei ontem e repito: ‘Nós somos os partidos dos torturados, dos caçados, dos exilados. Jamais estaremos ao lado dos torturadores.”

“Estar ao seu lado neste momento é estar ao lado da democracia. Ao lado dos brasileiros que sonham com a sociedade mais justa, mais fraterna, ao lado de quem tem o verdadeiro cristianismo. Na minha bíblia está ‘amai-vos uns aos outros’. O que está aí sendo vendido como cristão, na verdade, é o diabo em forma de gente“, completou.

O PDT anunciou o apoio a Lula na terça. O anúncio veio após reunião da Executiva do partido. No primeiro turno, o PDT teve o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como candidato à Presidência da República. Ele ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos (3%). Ciro declarou apoio, mas não citou o nome de Lula.

“Uma hora e meia de reunião com toda a Executiva Nacional do partido, mais os presidentes estaduais, os presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato, senadores. E tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula”, afirmou Lupi.

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Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%).

“Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã”, disse Lupi. “Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas”, completou.

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Ciro fez duras críticas a Lula durante a campanha eleitoral. O pedetista chegou a chamar o pedido de voto útil promovido pelo adversário de “campanha fascista” e disse que o presidente Jair Bolsonaro e o petista têm o mesmo projeto econômico.

Apesar dos embates, Ciro, que ao final do primeiro turno havia pedido tempo para decidir quem apoiaria no segundo turno, afirmou que seguirá a posição do partido.

Lupi disse que a votação do último domingo (2) não agradou e é preciso refletir sobre os erros de comunicação durante a campanha.

O presidente do PDT afirmou que esperava “muito mais” e que ficou “triste com o resultado”, mas que o partido está resistindo.

“Dizer que o resultado foi bom é mentir. Eu esperava muito mais. Agora, veio uma ventania, um vendaval de direita que precisamos parar para refletir sobre isso”, afirmou.

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