Passeio no Rio de Janeiro pelas praias de Copacabana e Ipanema

Para os novatos, um passeio de oito quilômetros pelas praias de Copacabana e Ipanema – os dois parênteses de areia mais lendários do Rio de Janeiro – despertará sentimentos mesmo naqueles que há muito tempo listam “caminhadas na praia” como um passatempo favorito.

Tais reações podem variar de nostalgia contrafactual (“Imagina amadurecer em um lugar como este”) a momentos culturais aha (“Bossa nova faz tanto sentido agora”) a devaneios de médio prazo (“Quais são as regras do mercado digital brasileiro? visto nômade de novo?”).

Depois de mais de 20 visitas, ainda me emociono toda vez que volto ao Rio e piso no calçadão sem tábuas onde acontece a maior parte desse passeio. Os brasileiros chamam essa calçada à beira-mar de “calçadão”, mas esquecem de pronunciá-lo e se concentram no som oficial: mil chinelos batendo na calçada portuguesa com padrão de ondas.

A rota é simples: caminhe ao longo da primeira praia, corte brevemente o interior para contornar uma península rochosa e depois caminhe ao longo de uma segunda praia. Pare para se refrescar nos inúmeros quiosques ao longo do caminho. Quando o desejo bater, vire à esquerda para um mergulho na água ou à direita para uma incursão urbana.

Comece no meio da tarde em um dia ensolarado – a cena da praia do Rio sob o céu cinzento é como a Itália durante a escassez de macarrão. Os fins de semana são bons, os fins de semana de verão de dezembro a fevereiro são melhores e os domingos são ideais, pois a cidade fecha a avenida à beira-mar adjacente para multidões e bandos de moradores locais.

Tênis ou chinelos servirão, mas nada de sandálias com meias: as praias do Rio de Janeiro aceitam todos os tipos de corpo e os cariocas estão acostumados com manias turísticas como biquínis largos e pele de gringo grelhada na cor de camarão suculento, mas até eles traçam a linha em algum lugar. Leve protetor solar, um cartão de crédito – toque para pagar sem fio é quase onipresente, mesmo em vendedores ambulantes – e mantenha seu smartphone enterrado no bolso. (Este é um trecho do Rio onde os turistas podem caminhar durante o dia com relativa segurança, mas ainda assim.) Não há necessidade de contador de passos; acompanhar o andamento pelos postos de salva-vidas (postos) ao longo do caminho, numerados de 1 a 12.

Comece no extremo norte da Praia do Leme (que logo se torna Copacabana), aproveitando para caminhar até o “Caminho dos Pescadores” ao longo das rochas para dizer oi para a estátua de bronze de Clarice Lispector, um dos grandes romancistas brasileiros do século 20, ou para pescadores reais, potencialmente mais receptivos. Depois, passe pelo cenário do Posto 1, com jovens tomando sol e jogando altinha, o jogo exibicionista de manter a bola no ar.

Posto 2 significa que você está em Copacabana, ao mesmo tempo turística (por causa dos hotéis) e diversa (graças ao transporte público). Está cheio de energia, futevôlei, esculturas de areia e uma notável escultura sem areia de Ayrton Senna, o piloto campeão de Fórmula 1 que detém o status de quase Pelé por aqui. Pare e olhe para o Palácio de Copacabanao hotel inspirado na Riviera Francesa, inaugurado em 1923 e ainda destacando a praia.

Não muito depois do Posto 6, sua primeira praia termina no Forte de Copacabana. Atravesse a Rua Francisco Otaviano por mais de três quarteirões, passando por um parque até a Praia do Arpoador – mais conhecida pelos surfistas matinais e pelos aplaudidores do pôr do sol no final da tarde, mas também abriga um pequeno e charmoso parque no topo da península.

Entre os Postos 7 e 8 está sua próxima estátua de bronze, o violonista Tom Jobim, compositor de (o que mais) clássico da bossa nova”Garota de Ipanema.” Se for domingo, desvie um quarteirão até a Praça General Osório para artesanato na mercado hippiedepois siga em direção aos espécimes humanos finamente esculpidos perto do Posto 9. Este pode ser o momento de fazer uma pausa na areia – um locatário de cadeira de praia amigável aparecerá magicamente.

Se você ainda não saiu da praia, considere virar à direita na Rua Vinícius de Moraes (assim letrista de “Garota de Ipanema”) na rua principal do elegante bairro de Ipanema para tomar um sorvete na Vero ou um suco de goiaba gelado ou um sanduíche grelhado no Polis Sucos.

Em seguida, volte para a praia e atravesse o canal e você estará no trecho mais suave (ainda mais chique) conhecido como Leblon. Do final da praia, suba a estrada curta, mas sinuosa, até o mirante ou, melhor ainda, siga para o interior para se juntar à multidão local no Boteco Boa Praça e peça um chopp: há muito mais do Rio para se chegar, mas não há Rio sem um chopp gelado e espumoso no final de um dia de praia.


Distância: Cinco milhas

Dificuldade: Fácil, porque é quase totalmente plano, mas você vai ficar quente e suado em um dia ensolarado.

Hora de caminhar: Duas horas e meia a três horas, com demora.

Bom para crianças: Provavelmente não é a melhor aposta para crianças pequenas, devido ao comprimento e ao fato de que provavelmente estarão mais interessadas em brincar na praia.

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