O lendário cantor e compositor cubano Pablo Milanés morreu aos 79 anos em Madri, Espanha.
“Com muita dor e tristeza, lamentamos informar que o professor Pablo Milanés faleceu nesta manhã de 22 de novembro em Madri”, informou a página oficial do artista no Facebook na noite deta segunda-feira.
Milanés, um dos fundadores e expoentes mais destacados da Nueva Trova cubana, estava internado em um hospital de Madri desde 12 de novembro por “infecções recorrentes”, segundo seu escritório artístico.
O artista, que nos últimos anos viveu na capital espanhola, tinha um estado de saúde frágil e sofria, entre outras doenças, de uma doença renal pela qual recebeu um transplante de rim em 2014.
Nos últimos meses, o intérprete de clássicos como “Yolanda”, “O breve espaço que você não é” ou “O amor da minha vida” teve que cancelar várias apresentações de sua turnê Días de Luz.
Nascido em Bayamo (leste de Cuba) em 1943, Pablo Milanés mudou-se com seus pais para Havana ainda criança, onde estudou música no conservatório e adquiriu influências da música tradicional e do gênero sentimento cubano.
Após participar de programas de televisão e grupos vocais na década de 1950, começou a se destacar como cantor na década seguinte, marcada pelo início do sistema comunista imposto na ilha por Fidel Castro após o triunfo da Revolução Cubana em 1959.
No início da década de 1960, Pablo Milanés compôs algumas de suas primeiras canções, como “Tú, mi desengaño” e “Mi twentydos años”.
Apesar de se declarar revolucionário, em meados daquela década foi internado em uma Unidade Militar de Assistência à Produção (UMAP) quando tinha apenas 23 anos.
As UMAPs eram campos de trabalhos forçados para os quais o governo Fidel Castro enviou artistas, intelectuais, religiosos e homossexuais por supostamente se desviarem dos valores da revolução.
Milanés foi enviado para lá por expressar ideias discordantes com o partido no poder, como relatou posteriormente em entrevistas nas quais criticou o governo por não ter se desculpado por esse episódio.