Ator conta que, para dar vida ao jornalista Anthony Verão, se inspirou em alguns profissionais, mas tentou fugir dos óbvios: ‘Acho que ele é menos fofoqueiro’. Orlando Caldeira é Anthony Verão em “Vai na fé”
João Miguel Júnior/Globo
Depois de fazer sua estreia em novelas em “Verão 90” (2019) e ser indicado ao Melhores do Ano como Ator Revelação pelo projeto no qual deu vida ao personagem Catraca, Orlando Caldeira estava ansiosa para voltar para a TV.
E esse retorno acontece em breve, com a estreia de “Vai na Fé”, próxima novela das 19h.
“Estou extremamente feliz de voltar a fazer novela. De fato, a TV é um veículo que eu estou muito apaixonado”, celebra o ator, acostumado aos projetos no teatro.
“Para mim, todo dia que eu vou gravar, eu estou indo para o parquinho. A dinâmica, tudo é completamente diferente do que eu vivo no teatro, é um pouco mais rápido. Mas eu estou adorando, eu estou muito feliz e está sendo muito divertido.”
Na trama escrita por Rosane Svartman e que estreia em janeiro na Globo, Orlando será Anthony Verão, um jornalista que migrou para o ramo das fofocas, iniciou sua carreira como assistente de um famoso colunista social, e está batalhando para achar seu lugar ao sol.
O ator conta que muitas coisas do personagem o atraem.
“Mas a primeira de todas é que eu, como ator negro, estou fazendo um personagem que é um jornalista. Não estou girando em torno do racismo.”
“Ele é uma pessoa bem-sucedida no sentido de que é alguém que estudou, está ali trabalhando, não é rico, milionário, mas tem o seu trabalho.”
Orlando Caldeira e Letícia Salles interpretam Anthony Verão e Érika em “Vai na Fé”
João Miguel Júnior/Globo
Pesquisa
Para dar vida ao personagem, Orlando conta que começou a seguir “todos os fofoqueiros que existem na internet. Comecei a fuxicar e fiz uma imersão”.
“Primeiro eu queria entender como é. Porque é uma forma de comunicação que precisa seduzir. O fofoqueiro tem que saber contar uma boa fofoca, te prender e fazer você ficar ali com ele até o final. E ele precisa conquistar a fofoca, então, o fofoqueiro não pode ser uma pessoa na qual você não falaria uma fofoca”, analisa o ator.
“Pra mim, foi fascinante perceber como isso acontece…tem uns fofoqueiros clássicos que falam as coisas mais terríveis, mas sempre com um sorriso, com jeito doce, e você fala: ‘Caramba, olha o que essa pessoa está falando’, mas não parece que ela está falando essa crueldade toda.”
Com o processo de pesquisa para o personagem, Orlando ficou antenado no que acontece no mundo dos famosos.
“Agora eu sei a fofoca de todo mundo, tudo que acontece no mundo dos artistas por conta das redes sociais. Comecei a consumir fofoca”, afirma.
Sem citar nomes, o ator diz que pesquisou vários “fofoqueiros”, se inspirou em alguns, mas tentou fugir dos óbvios.
“Porque eu acho que o Anthony Verão tem um outro recorte. Eu acho que ele é menos fofoqueiro, não é mau, ele tem um recorte muito humano.”
O ator ainda afirmou que deu muito de si para o personagem por se identificar com a forma com que Anthony encara as oportunidades da vida profissional.
“Não sou jornalista, mas que nas artes eu falei: ‘Ok, quero ser ator, não tem nada ao meu redor que possa me ajudar, o que que eu posso fazer?’. Levantei minhas mangas e foi correr atrás, fazendo teatro, de cabeça erguida tentando alcançar algum lugar, com muita ética.”
“O Anthony é extremamente ético, e é venenoso porque precisa, é uma demanda da profissão dele, e, é muito gostoso dar esse veneno.”
Orlando Caldeira
Reprodução/Instagram
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