O que você pode aprender com cinco pesquisas sobre fatores de risco para o coração | Blog Longevidade: modo de usar

Fibrilação atrial feminina: doenças coronarianas são a principal causa de morte entre mulheres e uma em cada quatro desenvolve fibrilação atrial – o que aumenta as chances de um derrame. Diabetes e tabagismo são mais perigosos para o sexo feminino e a hipertensão tende a ser mais prevalente e menos controlada entre idosas. Some-se a isso o fato de as mulheres vivenciarem experiências como a gravidez e a menopausa, com grandes mudanças hormonais. Resultado: fatores de risco específicos de gênero vêm ganhando atenção dos pesquisadores. A fibrilação atrial é uma das condições nas quais as questões reprodutivas acendem um sinal amarelo. Cientistas britânicos usaram dados do UK Biobank e examinaram o papel de características como: idade da primeira menstruação e da menopausa, regularidade do ciclo menstrual, nascimento do primeiro filho, número de gestações que chegaram a termo e total de anos reprodutivos. Com informações de mais de 235 mil mulheres, o estudo mostrou que a menarca que ocorre cedo ou muito tarde; menstruações irregulares; nenhuma ou múltiplas gestações; ou menopausa precoce ou tardia geram um risco significativamente maior de fibrilação atrial e demandam monitoramento.

Nove entre dez pessoas sofrem com noites maldormidas e, de acordo com pesquisa da Sociedade Europeia de Cardiologia, o sono de má qualidade está associado a um risco maior de doença cardiovascular — Foto: Pixabay

Quem dorme diminui o risco de doença coronariana: nove entre dez indivíduos sofrem com noites maldormidas e, de acordo com pesquisa recente da Sociedade Europeia de Cardiologia, o sono de má qualidade está associado ao risco aumentado de doença cardiovascular e acidente vascular encefálico (derrame). Os autores do trabalho estimam que sete em cada dez casos poderiam ser evitados se as pessoas dormissem melhor. Para piorar, outro estudo afirma que não dormir bem nos torna mais egoístas… O blog publicou diversas colunas sobre dicas para um bom descanso, confira aqui.

Cigarro é ainda pior do que se imaginava: o alerta vem novamente da Sociedade Europeia de Cardiologia. A médica dinamarquesa Eva Holt, autora do trabalho, afirma: “sabemos que fumar causa entupimento das artérias, mas também deixa o coração mais espesso e fraco. Isso significa que fumantes dispõem de um volume menor de sangue no ventrículo esquerdo e menos força para bombeá-lo para o resto do corpo. Mas nunca é tarde demais para largar o vício”.

Mudanças na dieta, ferramenta valiosa para hipertensos: apresentado num encontro da Associação Americana do Coração (AHA em inglês), estudo mostra que ajustes feitos na alimentação são até mais eficazes que outras mudanças no estilo de vida para pacientes jovens ou de meia-idade que tenham hipertensão no estágio 1. A análise apontou que, nos EUA, a adoção de dieta à base de carnes magras, frutas, legumes, nozes e grãos – e restrição de açúcar, sal e carne vermelha – poderia evitar, nos próximos dez anos, 15 mil eventos cardíacos em homens e 11 mil em mulheres.

Centros dedicados à saúde do coração das mulheres: já há consenso entre cientistas que problemas cardiovasculares femininos não recebem a atenção devida. Elas sofrem com diagnósticos e tratamentos tardios e estão sub-representadas em ensaios clínicos. Levantamento publicado no “Canadian Journal of Cardiology” sugere que a criação de centros dedicados à saúde do coração das mulheres diminuiria o volume de desfechos negativos. Pacientes com dor no peito, isquemia ou mesmo infarto nem sempre apresentam bloqueio das principais artérias coronárias, mas sofrem o estreitamento e disfunção de vasos secundários, quadro que pode passar despercebido.

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