O que se sabe sobre o assassinato a tiros de 3 mulheres em café de Roma


Crimes aconteceram durante reunião de condomínio. Uma das vítimas era amiga de Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália. Policiais patrulham em frente a um bar onde três pessoas morreram após um homem entrar e atirar em Roma, dezembro de 2022
AP Photo/Gregorio Borgia
Três mulheres morreram e quatro outras pessoas ficaram feridas quando um homem abriu fogo em um bar em Roma, na Itália, no domingo (11). Entre as vítimas estava uma amiga de longa data de Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana.
Segundo testemunhas, o grupo realizava uma reunião de condomínio quando Claudio Campiti, de 57 anos, entrou no estabelecimento gritando: “Vou matar todos vocês”. Silvio Paganini, de 67 anos, estava no local e, embora ferido, conseguiu desarmar o atirador e chamar a polícia.
“Um gesto heroico que salvou a vida de muitas outras pessoas. Agradeci a Silvio por sua coragem e abnegação”, escreveu Roberto Gualtieri, prefeito de Roma, no Twitter.
Quem é o atirador
Claudio Campiti, de 57 anos, tem uma propriedade no condomínio de casas e é conhecido pelas pessoas que estavam na reunião, incluindo as vítimas. As investigações revelaram que o italiano tinha problemas com os colegas há bastante tempo e, inclusive, tinha um blog onde falava sobre suas insatisfações com o grupo.
Bruna Marelli, presidente do condomínio que foi ferida no tiroteio, explicou às autoridades que o atirador não queria pagar as despesas do condomínio.
“[Mandei] uma liminar de 1.700 euros que ele nunca pagou. Há alguns meses, por volta do mês de julho, mandei notificar Campiti com uma segunda liminar cujo valor exato não me lembro, que ele também não pagou vez”, afirmou, em depoimento.
Conhecidos de Campiti contaram à imprensa que o filho do atirador morreu em 2012 ao colidir contra uma árvore enquanto brincava com um trenó. Desde então, o italiano liderava uma batalha pela segurança das pistas de esqui.
Campiti havia aplicado para uma licença para porte de armas, mas a solicitação foi negada justamente por seus problemas com os condôminos. De acordo com as autoridades, a arma que ele utilizou para cometer os crimes foi uma pistola Glock, roubada na manhã de domingo de um campo de tiro em Roma.
Quem eram as vítimas
As vítimas foram identificadas como Sabina Sperandio, 71, Elisabetta Silenzi, 55, e Nicoletta Golisano, 50. Outras quatro pessoas ficaram gravemente feridas e ainda estão recebendo cuidados médicos.
“O homem era conhecido de todos, era membro do condomínio e no passado já havia feito ameaças verbais a todos nós. Ele atirou contra a diretoria do condomínio”, afirmou uma das pessoas que estava no local a “Agenzia Italia”.
A arma de Campiti falhou e foi aí que Silvio Paganini, que também estava no café, aproveitou para conter o atirador. Embora tenha se machucado, Paganini está bem e não corre riscos, afirma a polícia.
“Droga, vocês me deixaram seis anos sem água”, disse Campiti ao ser bloqueado por Paganini.
Relação com Giorgia Meloni
Uma das vítimas, Nicoletta Golisano, era antiga conhecida de Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália. Até agora, entretanto, as investigações não sugerem uma possível relação entre este fato e os crimes de domingo.
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“Nicoletta estava feliz e linda com o vestido vermelho que comprara para a festa de seu quinquagésimo aniversário algumas semanas atrás. Para mim sempre será linda e feliz assim. A Deus Nico. Eu te amo”, escreveu Meloni em uma publicação no Facebook.
Prisão e investigações
A polícia foi chamada assim que Campini foi contido e controlado por pessoas que estavam no local. As autoridades oficializaram três acusações de homicídio premeditado e quatro acusações de tentativa de homicídio, bem como posse ilegal de arma, contra o atirador.
As autoridades acreditam que Campini planejou os crimes com antecedência por vários motivos, entre eles:
Roubo da arma utilizada horas antes de cometer os crimes;
Familiaridade com o modelo da arma utilizada no crime (Glock);
Participação atípica na reunião de condomínio;
Posse de grande quantidade de munição.
“A premeditação também emerge claramente dos objetos [encontrados com Campiti], todos sintomáticos de um plano homicida organizado em detalhes: um segundo pente com 170 cartuchos, 155 cartuchos do mesmo calibre, um canivete, uma lâmina de 28 centímetros”, afirmou o promotor Giovanni Musarò.
Policiais forenses inspecionam um bar onde três pessoas morreram depois que um homem entrou e atirou em Roma, dezembro de 2022
AP Photo/Gregorio Borgia

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