O que são os ‘drones kamikazes’ utilizados pela Rússia contra a Ucrânia | Ucrânia e Rússia

Nas últimas semanas, a Ucrânia tem sido alvo de fortes ataques russos, na sua maioria por bombas e mísseis, porém, um novo modo de agressão está crescendo no front de batalha, os drones.

A Ucrânia acusa a Rússia de atacar diversas cidades, inclusive próximas à capital Kiev, com aeronaves não tripuladas conhecidas como Shahed-136, produzidas no Irã, que se destroem durante o ataque. Por conta disso, elas ficaram conhecidas como “drones kamikazes”.

Militar ucraniano inspeciona “drone kamikaze” Shahed-136 — Foto: Vyacheslav Madiyevskyy/REUTERS

Segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, o Shahed tem um ataque unidirecional com alcance de até 2.500 quilômetros.

Por não voar tão alto quanto alguns de seus semelhantes, os radares antiaéreos têm mais dificuldade em rastreá-los, porém, são visíveis a olho nu, o que facilita que aeronaves com sistemas de combate convencionais ajudem no abate desses drones.

O ministério acredita ainda que sistemas semelhantes fabricados pelo Irã provavelmente foram usados ​​em ataques no Oriente Médio, inclusive contra o navio petroleiro MT MERCER STREET em julho de 2021.

Drone Shahed-136 é visto no céu de Odessa, na Ucrânia — Foto: Serhii Smolientsev/REUTERS

O equipamento foi construído pela “Iran Aircraft Manufacturing Industries Corporation” e está em operação desde 2021. O Irã nega ter vendido esse tipo de material para a Rússia.

A Ucrânia informou que a Rússia havia lançado um total de 86 Shahed-136 e alegou que 60% haviam sido destruídos ainda no ar.

O mesmo relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido citado anteriormente nesta matéria defende que o Shahed-136 tem apenas uma pequena carga explosiva.

“É improvável que esteja cumprindo satisfatoriamente a função de ataque profundo para a qual a Rússia provavelmente desejava usá-lo”, diz o documento.

“A falta de uma capacidade de ataque de nível operacional confiável, sustentável e precisa é provavelmente uma das lacunas mais significativas da Rússia na Ucrânia”, conclui.

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