William e Catherine, o príncipe e a princesa de Gales, chegaram a Boston na quarta-feira para o primeira visita aos Estados Unidos em oito anos. No centro de sua viagem está o Prêmio Earthshot, fundada por William em 2020 para apoiar empreendedores que estão desenvolvendo soluções climáticas inovadoras.
O nome do prêmio é uma homenagem ao discurso “moonshot” do presidente John F. Kennedy em 1962 reunindo apoio público para o esforço de pousar astronautas americanos na lua dentro de uma década.
O termo perdurou como uma metáfora para metas tão ambiciosas que exigem compromissos monumentais de inteligência e dinheiro. Nos últimos anos, a urgência de o desafio climático levou alguns a questionar se um mudança climática “moonshot” pode ser o que é necessário para evitar uma catástrofe no futuro.
O Prêmio Earthshot responde a essa pergunta com um enfático sim e traz um fundo de quase US$ 60 milhões a serem desembolsados até o final da década.
Quais são as cinco categorias?
O Earthshot Prize, uma instituição de caridade independente que recentemente se separou da William and Catherine’s Royal Foundation, concede 1 milhão de libras esterlinas, ou cerca de US$ 1,2 milhão, a cada um dos cinco vencedores, um em cada uma das categorias do prêmio: conservação e proteção da natureza, ar qualidade, renascimento dos oceanos, vida livre de resíduos e ação climática.
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A estratégia saudita. Apesar do consenso científico de que o mundo deve se afastar dos combustíveis fósseis para evitar as piores consequências do aquecimento global, a Arábia Saudita está implantando lobby, financiamento de pesquisa e atividades diplomáticas para manter o petróleo no centro da economia mundial.
Rastreando poluidores. Climate TRACE, uma organização sem fins lucrativos apoiada por Al Gore e outros grandes doadores ambientais, é vasculhando dados de satélites para rastrear as emissões de usinas de energia individuais, campos de petróleo e navios de carga. O grupo catalogou 72.612 emissores e continua crescendo, criando um atlas hiperlocal das atividades humanas que estão alterando a química do planeta.
Ameaças climáticas dos EUA. Os efeitos da mudança climática já estão “abrangendo e piorando” nos Estados Unidos, representando riscos para praticamente todos os aspectos da sociedade, de acordo com um projeto de relatório que está sendo distribuído pelo governo federal. Os Estados Unidos aqueceram 68% mais rápido do que a Terra como um todo nos últimos 50 anos, disse o rascunho do relatório.
Este ano, houve mais de 1.000 indicações de 80 países. As inscrições foram analisadas por um painel de especialistas de cientistas, formuladores de políticas e acadêmicos, de acordo com o site da organização.
Um grupo de juízes de alto nível, liderado por William, seleciona os vencedores de um grupo de três finalistas em cada categoria. Fazem parte desse painel o naturalista David Attenborough, a atriz Cate Blanchett, a cantora Shakira, a rainha Rania da Jordânia e o empresário Jack Ma.
A cerimônia de premiação, que acontecerá na sexta-feira em Boston no MGM Music Hall em Fenway, contará com apresentações de Annie Lennox, Billie Eilish, Ellie Goulding e a dupla de R&B Chloe x Halle.
Os 15 finalistas para 2022 vêm de mais de dez países, entre eles Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, China e Quênia.
Alguns são grupos de base que enfatizam o conhecimento e a educação locais. Nas florestas da planície de inundação de Kinabatangan, no Bornéu da Malásia, um grupo de pesquisa da vida selvagem trabalha com a comunidade indígena Orang Sungai para monitorar a biodiversidade. Em Queensland, na Austrália, outro grupo treina mulheres indígenas para se tornarem guardas florestais.
Outros finalistas desenvolveram tecnologias sustentáveis, incluindo um sistema de bateria totalmente elétrico projetado para substituir geradores a diesel em canteiros de obras, um kit “estufa em uma caixa” para pequenos agricultores na Índia e fogões de baixa poluição que já estão em uso por 200.000 pessoas no Quênia.
Dois finalistas usam algas marinhas: um que faz recipientes sustentáveis para substituir o plástico descartável e outro que trabalha na semeadura de ecossistemas subaquáticos.
O conceito de economia circular, que visa projetar produtos pensando na reutilização, foi um tema de destaque este ano. Por exemplo, uma start-up baseada na Índia, a Phool, reaproveita as flores dos templos que são lançadas no rio Ganges em bastões de incenso e substitutos de couro. Caso contrário, os pesticidas que cobrem as flores continuariam contaminando o rio, um dos mais poluídos do mundo.
Quem foram os vencedores do ano passado?
Ano passado, Costa Rica ganhou na categoria de proteção e restauração da natureza para um sistema nacional que reverteu o desmatamento pagando aos cidadãos para cuidar das florestas. A categoria como um todo destaca os esforços para coibir a colapso global da biodiversidade.
Na categoria de qualidade do ar, a Takachar, uma empresa de biomassa com sede na Índia, recebeu o prêmio máximo por seus esforços para combater a poluição do ar causada por queimadas agrícolas. Ela desenvolveu uma tecnologia portátil que se conecta a tratores e transforma os resíduos da colheita em combustível e fertilizante.
Para o renascimento do oceano, a Coral Vita, uma empresa que trabalha para restaurar os recifes danificados e moribundos do mundo, venceu por cultivar corais resilientes em fazendas e transplantá-los para ecossistemas de recifes ameaçados nas Bahamas. A categoria aborda o aquecimento dos oceanos, poluição e práticas de pesca nocivas.
A cidade de Milão venceu na categoria de vida livre de resíduos por seus Food Waste Hubs, que recuperam alimentos não vendidos de supermercados e empresas e os redistribuem por meio de instituições de caridade e bancos de alimentos. No mundo todo, desperdício de comida é responsável por 8 a 10 por cento das emissões de gases de efeito estufa.
No Na categoria clima, que destaca os esforços para reduzir as emissões, a Enapter, empresa alemã de tecnologia energética, venceu com um eletrolisador compacto, hoje vendido em 50 países, que produz hidrogênio combustível a partir da água.