Al-Kuwari disse que estava em processo de transferência da seleção feminina sob a égide da Qatar Football Association, onde agora trabalha, e que chegou à federação com uma lista de reivindicações para 2023: treinos, amistosos jogos, um novo treinador principal, um treinador de guarda-redes, uma equipa de treino, instalações dedicadas à equipa feminina. A lista continua.
E se eles não conseguirem essas coisas? “Estamos esperando que o legado da Copa do Mundo nos levante. Essa é a nossa única esperança”, disse Saleh.
A entrevista terminou após uma pergunta sobre a candidatura para a Copa do Mundo de 2022 e se as mulheres achavam que seu time era apenas uma caixa para verificar se a Fifa aprovaria os planos do Catar. Os jogadores não responderam, mas al-Kuwari falou. “Não. Não, não, não”, disse ela. Saleh traduziu para ela novamente: A seleção feminina começou em 2009, um ano antes da candidatura, ela insistiu, antes que o Catar soubesse que sediaria a Copa do Mundo.
Um Futuro Incerto
A história fundamental da seleção feminina do Catar não é singular. Os jogadores ficaram oito anos sem apoio, financiamento ou juros condizentes com o futebol masculino. O que parece ter levado a essa diferença – uma combinação de apatia e negligência – é semelhante ao que as seleções femininas estão enfrentando em todos os lugares.
Nos Estados Unidos, a seleção feminina campeã mundial processado o corpo diretivo do futebol na América para pressionar seus direitos de tratamento igualitário e pagamento igualitário com o time masculino de seu país. seleção feminina da Austrália partidas boicotadas em uma disputa salarial, e a equipe feminina do Canadá, atual medalhista olímpica de ouro, está travada em uma amarga disputa contratual com sua federação.
No Catar, o desaparecimento do time feminino era, em muitos aspectos, uma história antiga e familiar: quando se tratava de alocação de recursos, o futebol masculino vinha em primeiro lugar.
“Não há razão para sentar aqui com um jornalista e dizer sempre a mesma história sem nenhum benefício para nós”, disse Saleh. Ela acrescentou: “Estamos aqui para dizer ao mundo que precisamos de mais apoio, que estamos prontos para jogar e que temos uma seleção feminina no Catar”.