Em meio à crescente popularidade da inteligência artificial (IA), o consumo de energia por trás dessas tecnologias se torna uma preocupação cada vez mais premente. Recentemente, o Google divulgou que uma consulta típica ao seu aplicativo Gemini consome cerca de 0,24 watt-hora de eletricidade. À primeira vista, o número pode parecer pequeno, mas quando multiplicado pelas bilhões de consultas diárias, o impacto energético se torna significativo.
A conta de luz da IA
Apesar da divulgação, a gigante da tecnologia ainda não forneceu um panorama completo sobre o consumo energético de suas IAs. A falta de transparência dificulta a avaliação precisa do impacto ambiental dessas tecnologias e impede que a sociedade civil, pesquisadores e outros atores tomem decisões informadas.
O recente anúncio do Google sobre o consumo energético do Gemini lança luz sobre a questão, mas também levanta novas perguntas. Como esse consumo se compara a outras IAs do mercado? Quais medidas o Google está tomando para otimizar o consumo de energia de seus modelos de IA? Qual é a pegada de carbono total das operações de IA do Google, incluindo o treinamento e a manutenção dos modelos?
A crescente demanda por dados e poder computacional para treinar e operar modelos de IA está gerando um impacto ambiental significativo. Data centers, que abrigam os servidores necessários para rodar essas IAs, consomem enormes quantidades de energia e água, contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa e para o esgotamento de recursos naturais.
O que está por trás do hype da IA?
Paralelamente à discussão sobre o consumo de energia, outro aspecto relevante é o “Índice de Hype da IA”. A expressão, que beira o tom de crítica, sugere que a empolgação em torno da IA pode estar desproporcional em relação aos benefícios reais que ela oferece à sociedade. É crucial realizar uma análise crítica das promessas da IA, separando o que é realidade do que é apenas propaganda.
Apesar do potencial transformador da IA, é fundamental reconhecer os desafios e riscos associados a essa tecnologia. Questões como viés algorítmico, privacidade de dados, desemprego tecnológico e o uso indevido da IA para fins nefastos exigem atenção e regulamentação. A euforia excessiva pode levar a decisões precipitadas e investimentos inadequados, colocando em risco o desenvolvimento responsável e ético da IA.
Transparência e compromisso com a sustentabilidade
A transparência no consumo de energia e uma avaliação realista dos impactos da IA são passos essenciais para garantir que essa tecnologia seja desenvolvida e utilizada de forma sustentável e responsável. Empresas como o Google têm um papel fundamental a desempenhar, divulgando dados detalhados sobre o consumo de energia, investindo em energias renováveis e adotando práticas de desenvolvimento de IA que priorizem a eficiência energética e a redução do impacto ambiental. O desenvolvimento da IA deve ser guiado por princípios éticos e sociais, buscando o bem-estar da humanidade e a preservação do planeta.
É preciso que a sociedade civil, governos e empresas se unam para criar um ecossistema de IA transparente, responsável e sustentável, que beneficie a todos e não apenas a alguns poucos. A era da IA exige um novo paradigma, no qual a inovação tecnológica esteja alinhada com os valores humanos e com a urgência da crise climática [ fonte]. A transparência e a colaboração são fundamentais para garantir que a IA seja uma força para o bem, impulsionando o progresso social e a sustentabilidade ambiental.