Nesse novo formato, Lula e seus principais aliados são colocados dentro de um cercadinho de ferro, em uma de uma picape, mas perto do chão, portanto, e do público. Dessa forma, Lula consegue interagir mais com os eleitores e transmitir uma mensagem de maior proximidade com o povo.
A ideia também é produzir imagens de movimento e proporcionar o diálogo com aqueles que não são necessariamente apoiadores do PT.
Dentro do cercadinho costumam estar Lula, Janja, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad. Eles são acompanhados por pelo menos dois policiais federais da equipe de segurança do ex-presidente, que também vão no cercadinho.
Nesse formato, há uma preocupação maior com a segurança. Atiradores de precisão, o snipers, se posicionam no topo dos edifícios ao longo do percurso.
A primeira caminhada foi na véspera do primeiro turno, na Rua Augusta, na capital paulista. Depois o modelo foi repetido nesta semana nas regiões centrais de São Bernardo do Campo, Guarulhos e Campinas, no último sábado.
Interlocutores da campanha disseram que Lula demonstrou entusiasmo com o novo formato e afirmou que está sendo uma experiência rica.
Burocratização e custos
Uma das explicações para as mudanças foi a avaliação que os comícios tradicionais têm uma estrutura mais rígida e burocrática. Além disso, o público é quem já é do campo petista. Interlocutores da campanha têm dito que discursar no comício é “pregar para convertido”.
A inspiração para mudança veio de manifestações em cidades do Nordeste, organizadas, na maioria dos casos, pela militância local, em atos sem a participação de Lula.
Há uma preocupação também com o custo excessivo dos comícios tradicionais, nos quais utiliza-se uma estrutura pesada para o palco, painéis e de multimídia.