Recentemente, a Meta, empresa por trás do Facebook e Instagram, assinou um contrato multibilionário de longo prazo com o Google Cloud. A notícia gerou discussões intensas no mundo da tecnologia, levantando a seguinte questão: acordos de grande escala como esse são o novo padrão para as empresas?

Por que a Meta Fez Esse Acordo?

A Meta está investindo pesado em infraestrutura de ponta para suportar suas ambições em inteligência artificial. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, expressou publicamente o desejo de construir data centers de IA massivos e dominantes. Para alcançar esse objetivo, a empresa precisa de um parceiro estratégico com recursos e expertise comprovados. O acordo com o Google Cloud garante acesso à tecnologia de ponta, escala e estabilidade para os projetos de IA da Meta.

Devo Seguir o Exemplo da Meta?

A resposta curta é não. O que faz sentido para a Meta pode ser um erro para a maioria das empresas.

A Meta possui um ambiente unificado e suas cargas de trabalho são projetadas para escala. A empresa pode se dar ao luxo de executar uma única pilha de tecnologia adaptada às ofertas de um provedor de nuvem específico. Isso facilita o aproveitamento dos maiores descontos, a construção de relacionamentos próximos com o provedor escolhido e o gerenciamento de tudo de forma coordenada e simplificada.

No entanto, a maioria das empresas não se parece com a Meta. Em vez de uma única pilha coerente, as grandes empresas tendem a operar uma combinação de sistemas legados, aplicativos nativos da nuvem e tecnologias adquiridas recentemente, todos conectados por anos de mudanças nas prioridades de negócios, acordos com fornecedores e projetos de transformação digital apressados.

Lock-in vs. Grandes Descontos

O maior atrativo desses contratos de nuvem de longo prazo é a promessa de custos mais baixos. Os provedores de nuvem adoram oferecer descontos mais profundos, serviços exclusivos e suporte premium para atrair empresas e obter um grande investimento inicial e um compromisso de lealdade de longo prazo. É tentador pensar que os mesmos truques que funcionam para comprar suprimentos de escritório a granel podem ser aplicados à sua espinha dorsal digital.

No entanto, ao assinar um desses acordos massivos, você também se torna fortemente conectado a um único ecossistema. Sua arquitetura, processos e até mesmo seus funcionários começam a se especializar na maneira de fazer as coisas desse provedor específico. APIs proprietárias, gerenciamento de infraestrutura personalizado e modelos de segurança exclusivos inicialmente forneceram uma vantagem tática, mas podem rapidamente se transformar em restrições operacionais se (ou quando) o setor mudar.

Mantenha Suas Opções Abertas

Priorize a agilidade em vez do preço e busque flexibilidade sempre que possível. Trate a nuvem como um kit de ferramentas, não como um destino.

Isso significa resistir ao canto da sereia de grandes acordos de longo prazo com um único provedor. Em vez disso, procure estratégias que deixem espaço para manobrar. Arquiteturas multicloud – usando diferentes provedores de nuvem para diferentes aplicativos ou cargas de trabalho – permitem que você escolha os melhores serviços para cada trabalho. Contratos de curto prazo ou instâncias reservadas podem oferecer economias sem prendê-lo por anos. Além disso, fique de olho nos padrões da indústria e nas tecnologias neutras ao fornecedor, como Kubernetes, contêineres ou APIs abertas. Isso facilita a movimentação de cargas de trabalho ou a adoção de novos provedores à medida que suas necessidades evoluem.

Conclusão

O acordo da Meta com o Google Cloud pode ser um modelo interessante para empresas com necessidades e estruturas específicas. No entanto, para a maioria das organizações, especialmente aquelas com sistemas legados complexos e prioridades de negócios em constante mudança, a flexibilidade e a capacidade de adaptar-se rapidamente são mais valiosas do que descontos a curto prazo. Manter suas opções abertas e evitar o “lock-in” com um único provedor de nuvem é fundamental para garantir a agilidade e a competitividade no longo prazo.