A premiação colocou em evidência as constantes denúncias de abuso de poder, autoritarismo e repressão à oposição em Belarus, ofuscadas pela guerra na Ucrânia que jogou holofote nos países vizinhos.
Manifestante é detido em protesto em Minsk, Belarus, nesta quarta-feira (12) — Foto: Evgenia Novozhenina/Reuters
Belarus é um ex-membro da antiga e extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A separação ocorreu em 1991, quando Stanislav Shushkevitch se reuniu com Boris Ieltsin e Leonid Kravtchuk, então líderes da Rússia e da Ucrânia, respectivamente, dando fim à URSS.
A constituição do país demorou a ser formada, sendo ratificada somente em 1994. Esse novo texto dava ao presidente os poderes e as responsabilidades que pertenciam ao primeiro-ministro.
Na primeira eleição nacional, Alexander Lukashenko foi eleito, repetindo o feito outras cinco vezes até a atualidade.
Infográfico mostra localização e principais características de Belarus — Foto: Arte/g1
Diversas medidas autoritárias, como aumentar o mandato presidencial para sete anos e retirar o limite de reeleições (políticas criadas por Lukashenko), foram mal vistas pelos outros países e por outras organizações. O Conselho da Europa, por exemplo, proibiu a filiação de Belarus em 1997.
Essas decisões levaram a surgir diversos movimentos sociais nas camadas mais reprimidas do país. Ales Bialiatski fundou a organização Viasna e participou das manifestações generalizadas da época.
Nobel da Paz 2022 vai para Ales Bialiatski, Memorial e Center for Civil Liberties
Mulher se cobre com a antiga bandeira de Belarus — Foto: Associated Press
A oposição sempre tentou se manifestar, porém, na eleição mais recente, em 2020, o movimento aumentou sua representatividade no país e na Europa. Centenas de milhares de manifestantes desafiaram as ações brutais das forças de segurança do país para tomar as ruas da capital Minsk, onde artistas e ativistas uniram forças com operários e funcionários públicos para exigir uma eleição nova, livre e justa.
O movimento ganhou a marca #FreeBelarus, que voltou a ser utilizada nas redes sociais após a nomeação de Bialiatski para o Nobel da Paz.
Manifestantes no centro de Minsk, Belarus, contra o presidente Alexander Lukashenko — Foto: Reuters
Esse movimento adota outra bandeira, diferente da oficial de hoje em dia. Lukashenko negou ter roubado a eleição e reprimiu a oposição, cujos principais membros foram presos ou forçados a fugir.
Alexander Lukashenko, presidente da Belarus, e Roman Protasevich — Foto: Nikolai Petrov/BelTA/Handout via Reuters e Reuters/Stringer
Em 2021 o jornalista Roman Protasevich, blogueiro dissidente crítico do líder belarusso Alexander Lukashenko, foi preso pelas forças de Belarus enquanto fazia um voo de Atenas (Grécia) para Vilnius (Lituânia). Na ocasião, o voo foi desviado para Minsk pelas autoridades belarussas e ele foi preso.
Mais recentemente, em maio, sua namorada Sofia Sapega foi condenada a seis anos de prisão por “incitar o ódio social”.
Belarus disse na época que ordenou que o avião pousasse após uma denúncia anônima de que havia uma bomba a bordo. A ameaça de bomba revelou-se falsa e Protasevich e Sapega foram imediatamente detidos.
Veículo de guerra russo em exercício militar realizado em Belarus nesta sexta-feira (11) — Foto: Ministério de Defesa da Rússia/Via Reuters
Lukashenko, atual presidente de Belarus, é um dos grandes aliados de Putin. No início da invasão à Ucrânia, em fevereiro e março deste ano, o país foi utilizado como uma central de apoio para as forças de Moscou que pretendiam chegar a Kiev pelo norte do país.
O crescente apoio entre Rússia e Belarus faz com que a Ucrânia seja parcialmente cercada, territorialmente falando.
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