Nikolas, Boulos, Zambelli e Eduardo Bolsonaro: puxadores de votos ajudam a eleger outros deputados federais | Eleição em Números

Quatro deputados recém-eleitos conseguiram sozinhos, além de se eleger, facilitar a vitória de outros nomes do partido ou da federação da qual fazem parte. Só o vereador bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) conseguiu votos suficientes para levar outros 6 candidatos a Brasília. Isso acontece devido ao quociente eleitoral.

Outros com bons resultados são: Guilherme Boulos (PSOL-SP), que ajudou a eleger dois deputados;Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, ambos do PL de São Paulo, que facilitaram a eleição de mais uma pessoa cada.

Outros 21 candidatos ultrapassaram o quociente, mas não tiveram votos suficientes para, sozinhos, levarem outros candidatos.

Eleitos que ultrapassaram o quociente eleitoral

Deputado Votos recebidos Quociente eleitoral no estado Vagas obtidas por voto
Nikolas Ferreira (PL-MG) 1.492.047 210.964 7,1
Guilherme Boulos(PSOL-SP) 1.001.472 332.671 3,0
Carla Zambelli(PL-SP) 946.244 332.671 2,8
Eduardo Bolsonaro(PL-SP) 741.701 332.671 2,2
Ricardo Salles(PL-SP) 640.918 332.671 1,9
Deltan Dallagnol(PODE-PR) 344.917 201.286 1,7
Delegado Bruno Lima(PP-SP) 461.217 332.671 1,4
André Ferreira(PL-PE) 273.267 198.795 1,4
Tenente Coronel Zucco(REP-RS) 259.023 198.381 1,3
Gleisi (PT-PR) 261.247 201.286 1,3
Marcel Van Hattem(NOVO-RS) 256.913 198.381 1,3
Silvye Alves(UNIÃO-GO) 254.653 202.383 1,3
Filipe Barros (PL-PR) 249.507 201.286 1,2
Clarissa Tércio(PP-PE) 240.511 198.795 1,2
Arthur Lira(PP-AL) 219.452 183.418 1,2
Amom Mandel(CID-AM) 288.555 247.060 1,2
Daniela Do Waguinho (UNIÃO-RJ) 213.706 186.339 1,1
André Janones(Avante-MG) 238.967 210.964 1,1
Paulo Pimenta(PT-RS) 223.109 198.381 1,1
General Pazuello (PL-RJ) 205.324 186.339 1,1
Bia Kicis(PL-DF) 214.733 200.940 1,1
Taliria Petrone(PSOL-RJ) 198.548 186.339 1,1
Doutor Luizinho(PP-RJ) 190.071 186.339 1,0
Tabata Amaral(PSB-SP) 337.873 332.671 1,0
Fernanda Melchionna(PSOL-RS) 199.894 198.381 1,0

Na Câmara dos Deputados, o quociente eleitoral é a divisão dos votos válidos (sem contar com nulos e brancos) pelo número de cadeiras que cada estado tem direito. Quanto maior for a população, mais cadeiras são destinadas ao estado — São Paulo, por exemplo, tem 70, enquanto o Distrito Federal tem 8.

Esse número passa então a ser a meta para cada partido eleger os seus candidatos. Para apenas um deputado, a legenda precisa atingir uma vez o número de votos do quociente eleitoral; para dois parlamentares, duas vezes. Definidos o número de candidatos que a sigla terá direito, os mais votados ocupam as vagas.

O deputado eleito Nikolas Ferreira, por exemplo, teve 1.492.047 votos neste ano. Dividido pelo quociente eleitoral de Minas, que foi de 210.964, chega-se a 7,1 vagas, mas o número decimal não é considerado neste cálculo. Os votos de Ferreira, portanto, são suficientes para levá-lo a Brasília e carregar mais 6 nomes do partido.

Mas, mesmo entre os mais votados, cada parlamentar precisa de um número mínimo de votos, 10% do quociente eleitoral, para evitar que haja o reforço da imagem dos “puxadores de voto”. Se o PL em Minas, por exemplo, não tiver outros 6 candidatos com 10% do quociente, o partido perderia essa vaga, que iria ser distribuída com as sobras de vagas, por meio da média — total de votos de cada partido pelas cadeiras que ele já ganhou + 1.

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