Moacyr Luz e Pierre Aderne firmam parceria no traço intercontinental de 'Mapa dos rios'


Gravado entre Rio de Janeiro e Lisboa, o álbum ecoa memórias cariocas e lusitanas dos dois artistas. Moacyr Luz (à esquerda) e Pierre Aderne lançam o primeiro álbum em dupla, ‘Mapa dos rios’, com músicas inéditas da parceria nascida em Lisboa
AF Rodrigues / Divulgação
♪ Primeiro álbum do carioca Moacyr Luz com o francês Pierre Aderne, disponível em edição digital e em LP desde sexta-feira, 26 de maio, Mapa dos rios é o resultado de encontro casual dos artistas em Alfama, bairro do centro de Lisboa.
Cantor e compositor criado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), mas há anos radicado em Portugal, Aderne contou a Luz que, ao tocar pela primeira vez um cavaquinho oriundo do Rio, sentiu que o instrumento parecia já ter vindo com melodia dentro. Luz se ofereceu para escrever a letra para essa melodia. Mesmo já tendo posto versos na música, Aderne omitiu o fato pela oportunidade de abrir parceria com o compositor carioca.
A parceria frutificou e rendeu o álbum Mapa dos rios, gravado entre Lisboa e Rio de Janeiro, entre fevereiro de 2022 e maio de 2023, com onze músicas inéditas assinadas pelos compositores. Uma, Prado Júnior, já tinha sido apresentada em single editado em 10 de maio.
As outras dez – Sete colinas, Meu bem, Gastão Bahiana, Santo de mãe, Vidigal – Cais do Sodré, Fado Gira, Vila Madalena, Sal de outro mar, Mamãe Oxum e Nos ventos de Iansã – completam o repertório de disco que, entre saudações de orixás, mapeiam endereços e personagens das vidas dos artistas no Rio de Janeiro e em Lisboa, ecoando memórias de bairros e ruas das duas cidades.
Aderne geralmente enviava as letras e Luz as musicava. “Foi como se compuséssemos para um filme, em que a sinopse é recordar o passado vivido nos bairros, lembrar de personagens e de endereços em que moramos – um álbum de família num porta-retratos com música incluída”, conceitua Pierre Aderne, fundador da Rua das Pretas, evento que há 12 anos promove a aproximação da música brasileira com os sons de Portugal e da África lusófona.
Do outro lado do oceano Atlântico, o parceiro carioca também saúda a ponte intercontinental erguida em Mapa dos rios. “Meu sobrenome Luz vem do meu bisavô português Manoel. Estar em Lisboa me traz uma sensação de andar dentro de mim, reconhecendo a ladeira que tem sido a minha vida… A surpresa, vindo na maré do Tejo, inventou um cais para eu poder encontrar meu parceiro Pierre Aderne, brasileiro de Copacabana, mas com as costas cravejadas de amêijoas da terrinha. A conversa se estendeu pelo Atlântico, com os radares em sintonia perfeita, que eu trato como predestinação. O passado aos pés do futuro”, poetiza Moacyr Luz, mentor do Samba do Trabalhador, roda de samba que desde 2005 arrasta multidões cariocas nas tardes de segundas-feiras.
Capa do álbum ‘Mapa dos rios’, de Moacyr Luz & Pierre Aderne
AF Rodrigues

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