Mais de 80% dos jovens dizem que irão votar nas eleições, mas maioria está pessimista com comprometimento dos políticos, aponta pesquisa | Eleições 2022

Mais de 80% dos jovens brasileiros afirmam que vão votar nas próximas eleições, mas quase 7 a cada 10 estão pessimistas em relação ao comprometimento dos políticos com a sociedade. É o que mostra a pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, que ouviu mais de 16 mil jovens de 15 a 29 anos de todo o país.

O levantamento apontou que 9 a cada 10 jovens defendem a democracia. Já 8 a cada 10 concordam que a pandemia deixou as pessoas mais atentas à política.

Além disso, os entrevistados defendem que os candidatos devem priorizar a educação (63%), a saúde (56%) e a economia, trabalho e renda (49%) e a redução das desigualdades (25%).

Se fossem governantes, os jovens dizem que investiriam em fortalecimento da educação, combate à fome, fortalecimento do SUS e planejamento para a recuperação econômica.

A pesquisa também abordou os impactos da pandemia na saúde mental de jovens: 6 a cada 10 participantes passou ou vem passando por ansiedade nos últimos 6 meses, e 50% sentem o cansaço e exaustão frequentes como efeitos da pandemia. No levantamento, 18% dos jovens relataram depressão e 9%, automutilação ou pensamento suicida.

Na educação, 55% dos jovens sentem que ficaram para trás em termos de aprendizagem como consequência da pandemia. E 11% ainda pensam em deixar de estudar nos últimos 6 meses, enquanto 34% já pensaram mas não querem mais parar.

Durante os anos da pandemia, parte dos jovens chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16%, e em 2022, 3%.

A pesquisa foi coordenada pelo Atlas das Juventudes e realizada em parceria com Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial, com apoio de Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF.

Esta é a terceira edição da série de pesquisas “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, realizadas também em 2020 e 2021. As três edições juntas somam mais de 118 mil respostas. Na edição de 2022, foram ouvidos 16.326 jovens de 15 a 29 anos entre os dias 18 de julho a 21 de agosto de 2022.

Veja as principais conclusões da pesquisa.

  • 9 a cada 10 jovens defendem a democracia, e 8 a cada 10 concordam que a pandemia deixou as pessoas mais atentas à política;
  • 82% irão votar nas próximas eleições, mas quase 7 a cada 10 estão pessimistas em relação ao comprometimento dos políticos com a sociedade;
  • A carreira política, no futuro, atrai apenas 4% dos jovens;
  • Os jovens defendem que os candidatos devem priorizar a educação (63%), a saúde (56%), a economia, trabalho e renda (49%) e a redução das desigualdades (25%);

Se fossem governantes, investiriam em plano de fortalecimento da educação (32%), ações de combate à fome (30%), ações para fortalecimento do SUS (27%) e plano para a recuperação econômica (27%).

  • Para 82% dos jovens, a pandemia ainda não acabou, e para quase 5 a cada 10, a principal preocupação permanece relacionada ao receio de perder familiares ou amigos. Quase 4 a cada 10 se preocupam com a possibilidade de outras pandemias ou tem receio de passar por dificuldades financeiras;

Diante dessas preocupações, 6 a cada 10 jovens pesquisados passaram ou vem passando por ansiedade nos últimos 6 meses. Mais de 5 a cada 10 relatam que a pandemia também intensificou o uso exagerado de redes sociais. E 50% sentem cansaço e exaustão frequentes como efeitos da pandemia. 44% vivem a falta de motivação para as atividades cotidianas.

  • O agravamento da saúde mental levou quase 3 a cada 10 a utilizar aplicativos de saúde mental nos últimos 3 meses. As atividades que eles mais demandam para conseguir manter a saúde mental estão relacionadas à psicoterapia, enquanto 1/4 cita atividades de socialização, como encontrar amigos, e 4 a cada 10 citam atividades físicas;
  • Quando questionados sobre ações prioritárias para que instituições públicas e privadas ajudem jovens a lidar com efeitos da pandemia, 47% sinalizam o acompanhamento psicológico especializado em jovens na saúde pública. 39% citam o acompanhamento psicológico nas escolas, e ¼ pedem ações para garantir uma alimentação segura para os mais vulneráveis;

Para 74%, um dos aprendizados da pandemia é a importância da atenção à saúde mental. No entanto, 64% estão pessimistas em relação à saúde pública.

  • Os jovens relataram a manutenção de importantes hábitos adquiridos na pandemia: mais de 6 a cada 10 vão utilizar a máscara quando estiverem doentes, e 7 a cada 10 permanecerão utilizando o álcool em gel ou lavando as mãos com mais frequência. Quase 7 a cada 10 manterão as vacinas em dia.
  • Nos últimos 6 meses, 34% já pensaram em parar de estudar e 11% ainda pensam; 55% desses jovens sentem que ficaram para trás, em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia;
  • 82% pretendem continuar estudando após a conclusão da etapa que estão atualmente.

Durante os anos da pandemia, boa parte dos jovens chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16%, e em 2022, 3%.

  • 52% sentem que desenvolveu ou intensificou a dificuldade de manter o foco, 43% de se organizar para os estudos e 32% para falar em público, em função do período remoto;
  • Em termos de hábitos adquiridos, quase 7 a cada 10 citam o uso de tecnologias para estudar. Cinco a cada 10 citam o uso da internet para aprofundar os assuntos e ir além do que é trabalhado em sala de aula pelos professores, além do uso de ferramentas interativas para a aprendizagem. E 48% relatam que adquiriram o hábito de ler mais;
  • Quase 5 a cada 10 jovens consideram que os conteúdos mais importantes para a escola estão relacionados a preparação para o mundo do trabalho e atividades para trabalhar as emoções. Para 1/3, as estratégias para organizar o tempo de estudo são essenciais;
  • Mais de 7 a cada 10 estão otimistas em relação ao seu desenvolvimento nos estudos. Para 6 a cada 10, o otimismo prevalece em relação à qualidade do ensino e conexão da educação com o mundo do trabalho;

Em relação aos aprendizados que a pandemia deixou para a educação, 9 a cada 10 concordam que as pessoas entenderam que há várias formas de aprender, que a tecnologia está sendo mais bem utilizada na educação e que novas dinâmicas de aula e de avaliação foram adotadas.

  • Quase 8 a cada 10 jovens estão otimistas em relação a oportunidades de qualificação profissional e surgimento de novas formas de trabalho.

Pesquisa mostra que quatro em cada dez jovens já pensaram em abandonar os estudos este ano

Pesquisa mostra que quatro em cada dez jovens já pensaram em abandonar os estudos este ano

Fonte

Compartilhe:

Descubra mais sobre MicroGmx

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

inscreva-se

Junte-se a 2 outros assinantes