O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 vai ser aplicado em 13 de novembro, apenas duas semanas após o 2º turno das eleições. Será que os estudantes podem aproveitar o assunto em voga e citar, na redação, nomes como o do presidente Jair Bolsonaro e o do ex-presidente Lula?
Segundo professores ouvidos pelo g1, ninguém vai tirar zero ou perder pontos apenas por ter mencionado um político na dissertação. Mas é essencial que a referência esteja bem fundamentada e ligada ao tema central do texto.
No modelo cobrado pelo exame, o aluno precisa defender um ponto de vista “apoiado em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão”, afirma a Cartilha do Estudante, lançada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Uma das competências avaliadas é justamente compreender o tema proposto e, a partir dele, saber relacionar informações e opiniões em defesa de uma ideia.
“O que não pode fazer é um discurso dogmático, tomando partido gratuitamente. O texto dissertativo-argumentativo é um espaço para reflexões equilibradas”, explica Eva Albuquerque, coordenadora da área de Linguagens do Cursinho da Poli (SP).
Um exemplo: vamos supor que o tema da redação do Enem 2022 seja “As dificuldades dos jovens no acesso ao ensino superior”. Se o candidato quiser mencionar o Programa Universidade Para Todos (Prouni) e explicar que foi criado no governo Lula, não há problema.
“A menção a Lula ou a Bolsonaro precisa servir para a argumentação”, diz Fabiula Neubern, coordenadora de Redação do Poliedro Curso.
“É como escrever sobre as leis trabalhistas no texto e falar do ex-presidente Getúlio Vargas, por causa da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) [que ele sancionou]. Tem total ligação com o tema.”
Mas atenção: ao conectar um político a algum fato, é preciso ter certeza de que a informação é verdadeira.
“Citar fake news é pedir para perder nota”, explica Daniela Tofoli, coordenadora de linguagens do Curso Anglo (SP).
E não faltam informações falsas circulando nas redes sociais. Neste mês, bombaram no Whatsapp várias mensagens mentirosas associadas a Lula (como uma que diz que ele defendeu fechar canais de TV) e a Bolsonaro (por exemplo, a que associa o presidente à queda de pontes no Amazonas). Colocar qualquer referência a essas fakes na dissertação prejudicaria o aluno.
Daniela, do Anglo, lembra que os temas das redações do Enem não costumam ser polêmicos: em geral, referem-se a um problema social que precisa ser discutido pelo candidato. Em 2020, por exemplo, os alunos escreveram sobre o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira, e em 2019, sobre a democratização do acesso ao cinema no Brasil.
Ainda assim, se o estudante usar algum argumento do qual os corretores da prova discordem, não será punido, desde que a ideia esteja fundamentada em fatos verdadeiros e expressa em linguagem formal.
“Há sempre esse receio de ideologia do corretor, mas a prova é corrigida segundo critérios objetivos. Não vão descontar nota por causa de opiniões políticas”, afirma a professora.
Como nos últimos anos, o Enem será aplicado em dois domingos.
Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília):
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