Lula diz que pessoas 'são levadas a sofrer' para que governo garanta estabilidade fiscal no país


Presidente eleito falou durante primeira visita ao CCBB, sede da transição de governo, em Brasília. Ele defendeu ‘rediscutir relação entre capital e trabalho no século 21’. Lula discursa durante primeira vista do CCBB, sede da transição de governo, em Brasília.
Reprodução
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionou nesta quinta-feira (10) a adoção de medidas para garantir a estabilidade fiscal no país mesmo quando, segundo ele, essas ações levam as pessoas a “sofrer”.
A declaração ocorreu durante a primeira visita de Lula ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, que abriga a equipe responsável pela transição de governo.
No discurso, Lula também disse que, embora tenha como meta governar para todos, a prioridade serão “as pessoas mais necessitadas”. Ele também defendeu uma rediscussão da relação entre o capital e o trabalho no país (leia mais abaixo).
“Ora, por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social deste país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia? Por que que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento? Por que que a gente não estabelece um novo paradigma de funcionamento neste país?”, questionou o presidente eleito.
Na sequência, Lula chorou e voltou a dizer que “a prioridade zero” de seu governo será o combate à fome no país.
Lula chora ao falar da fome no Brasil
Mais necessitados
Lula disse que foi eleito pelo “voto daquelas pessoas que mais necessitam” e que, embora tenha que governar para todos, seu governo irá “tratar prioritariamente as pessoas mais necessitadas”.
Ele defendeu não apenas a rediscussão da reforma trabalhista aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer, mas também da “relação capital e trabalho no século 21”.
“A gente tem que discutir o mundo do trabalho. Vocês não podem viver num mundo em que os trabalhadores parecem que são microempreendedores, mas que trabalham como se fossem escravos sem nenhum sistema de seguridade social para protegê-los no infortúnio. Os empresários que ficaram chateados porque nós dissemos que vamos rediscutir a legislação trabalhista, a verdade é que nós vamos ter que rediscutir a relação capital e trabalho no século 21. Quem é empresário sério, quem é sindicalista sério sabe que a gente não poderia ficar no século 21 tratando apenas da lei feita em 1943. Mas a gente não pode abdicar daquilo que era conquista e que dava segurança ao ser humano mais humilde”, disse Lula.
Alckmin
No discurso, Lula também afirmou que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) não será ministro do futuro governo.
Esta foi a primeira visita do presidente eleito à sede da transição de governo.
Entre os integrantes da equipe de transição estão a senadora Simone Tebet, os economistas Pérsio Arida e André Lara Resende, e os ex-ministros Alexandre Padilha, Humberto Costa, Aloizio Mercadante e Nelson Barbosa.
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