Kaija Saariaho, uma compositora finlandesa que foi criada no mundo do alto modernismo dominado pelos homens, mas que se separou para forjar uma identidade própria, tornando-se a primeira mulher a ter mais de uma obra sua encenada pelo Metropolitan Opera, morreu na sexta-feira em sua casa em Paris. Ela tinha 70 anos.
Ela havia sido diagnosticada com câncer no cérebro em 2021, disse seu editor, Chester Music, que confirmou a morte.
A Sra. Saariaho trouxe cores novas e muitas vezes misteriosas para a música clássica.
Em Paris, onde se estabeleceu permanentemente, ela experimentou fita e eletrônica ao vivo, que aplicou a quase todas as formas de música clássica: obras para instrumento solo e pequeno conjunto, e para orquestra sinfônica e ópera. Ao longo dos anos, ela alcançou o topo em seu campo, uma indústria em lenta mudança que apenas nos últimos anos deu passos para corrigir os desequilíbrios de gênero do repertório.
Sua primeira ópera, “L’Amour de Loin”, que estreou no Festival de Salzburgo, na Áustria, em 2000 e chegou ao Met em 2016, ganhou o Prêmio Grawemeyer de composição musical. Sua entrada mais recente nesse gênero, “Innocence”, estreou no Festival de Aix-en-Provence na França em 2021 e viajará para o Met na temporada 2025-26.
Quando o Met se juntou à lista de comissários da obra, Saariaho, por sua vez, se juntou a um seleto grupo de compositores vivos para ter uma segunda ópera montada por aquela casa – e a única mulher a receber essa distinção.
Kaija Saariaho nasceu em 14 de outubro de 1952, em Helsinque. Ela estudou na célebre Academia Sibelius lá e foi uma empresária pioneira da música contemporânea, formando o grupo Open Ears com outros jovens artistas. Ela partiu para continuar seus estudos em Freiburg, Alemanha, com cursos de verão feitos no viveiro modernista de Darmstadt. Ela se mudou para Paris em 1982 para terminar seus estudos no IRCAM, o instituto fundado por Pierre Boulez.
Um obituário completo aparecerá em breve.
