Teerã executou homem acusado de ferir policial durante manifestantes que tomaram o país há três meses. Outros 11 detidos também foram condenados à morte. Protestos contra morte da jovem Mahsa Amini no Teerã, capital do Irã, no dia 21 de setembro.
Reuters
O Irã executou nesta quinta-feira (8) um homem acusado de ferir um integrante da força paramilitar Basich durante os protestos que abalam o país há quase três meses, informou a agência de notícias do Poder Judiciário, Mizan Online.
“Mohsen Shekari, um desordeiro que bloqueou a avenida Sattar Khan em Teerã em 25 de setembro e feriu um ‘basich’ com um facão, foi executado na manhã de quinta-feira”, afirma o site da agência.
Esta é a primeira execução conhecida vinculada aos protestos. Outros 11 condenados correm o risco de sofrer o mesmo destino por participação nas manifestações.
De acordo a Mizan Online, o veredicto preliminar do caso foi anunciado em 1º de novembro pelo Tribunal Revolucionário de Teerã e a Suprema Corte rejeitou um recurso de apelação em 20 de novembro, o que levou à execução da sentença.
A justiça iraniana afirma que Shekari se declarou culpado de ter lutado e sacado “a arma com a intenção de matar, provocar terror e perturbar a ordem e a segurança da sociedade”.
“Ele feriu de maneira intencional um basich com arma branca, enquanto este cumpria o seu dever e bloqueou a avenida Sattar Khan em Teerã”, afirma a agência.
O Irã é cenário de uma onda de protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que faleceu depois de ser detida pela polícia da moralidade por supostamente desrespeitar o código de vestimenta do país, que obriga as mulheres a usar o véu.
As autoridades, que denunciam as manifestações como “distúrbios”, acusam com frequência os Estados Unidos e seus aliados ocidentais, assim como grupos curdos no exterior, de estimular o movimento de protestos sem precedentes.