Com 44 dias de votação e sete fases, a votação contou com quase 1 bilhão de eleitores. O atual primeiro-ministro, Narendra Modi, é favorito para conquistar seu terceiro mandato consecutivo. A apuração dos votos será concluída na terça-feira (4). Eleições Gerais na Índia 2024
Quase 970 milhões de eleitores, mais de 10% da população mundial, eram aptos para eleger um novo parlamento na Índia por cinco anos até este sábado, 1º de junho de 2024 – Foto AP/Ashwini Bhatia
As eleições gerais na Índia terminaram neste sábado (1º), após a última fase de uma votação de seis semanas. A disputa foi marcada pelo grande favoritismo do primeiro-ministro, Narendra Modi, representante do nacionalismo hindu, e por uma forte onda de calor.
Os centros de votação fecharam às 10h, no horário de Brasília. A contagem de votos terminará na terça-feira (4) e os resultados devem ser divulgados até quinta (5).
Há poucas dúvidas sobre a reeleição do primeiro-ministro, ou sobre a vitória do seu partido, o Bharatiya Janata (BJP), garantindo a Modi um terceiro mandato.
A política nacionalista do primeiro-ministro, cada vez mais misturada com a religião, é extremamente popular em Varanasi, banhada pelo rio Ganges, onde os fiéis hindus cremam os seus entes queridos.
“Obviamente Modi vencerá”, disse à agência de notícias francesa AFP Vijayendra Kumar Singh, que trabalha em um dos muitos hotéis dessa cidade de peregrinação. “Há um sentimento de orgulho em tudo o que ele faz e é por isso que as pessoas votam nele”, acrescentou.
Modi já conduziu o seu partido a duas grandes vitórias nas eleições de 2014 e 2019, graças em parte à sua popularidade entre os hindus.
Desde seu início, em 19 de abril, o processo de votação foi marcado por acusações de que Modi vem tentando colocar em disputa a população hindu, que é maioria, contra a minoria muçulmana.
Segundo analistas do país, o premiê, com alta popularidade, pretende fomentar a polarização para que os hindus, religião de cerca de 85% da população e da base de sua sigla, comparecessem aos locais de votação.
Uma estratégia que pode ter sido redesenhada às pressas por conta de outro fator que marcou a primeira das sete fases do pleito: um baixo comparecimento às urnas, principalmente por parte da população hindu.
“O Modi tem mais camadas que a questão religiosa, mas a religião é o grande ponto de mobilização [de sua campanha]. Ele já entendeu que os muçulmanos não importam para sua reeleição”, disse ao g1 o professor de política internacional Tanguy Bagdhadi.
Votação escalonada
A votação ocorreu ao longo de sete semanas, com cada região votando em datas diferentes, para contemplar o grupo de 970 milhões de eleitores convocados a votar no pleito do país, que formam mais de 10% da população mundial.
No entanto, a participação da população até agora caiu vários pontos em comparação com as últimas eleições nacionais, em 2019. Os analistas atribuem essa queda à esperada vitória de Modi e às sucessivas ondas de calor no norte do país, com temperaturas acima dos 40 ºC.
As potências ocidentais têm, em grande parte, feito vista grossa aos relatos de violações de direitos e liberdades na Índia, a fim de cortejar um aliado valioso face à crescente influência da China.
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