Show sob chuva no Allianz Parque teve pop classudo, piadinhas, efeitos de luz do público e trecho de Adoniran Barbosa. Ele ainda vai ao Rio, Curitiba e volta a São Paulo na turnê ‘Love on tour’. Harry Styles canta para 45 mil pessoas no Allianz Parque
Divulgação / Allianz Parque
“Alguém viu o jogo ontem? O Brasil ganhou? Não consegui saber, de tantos gritos na rua…”, brincou Harry Styles diante das 45,5 mil fãs que lotaram o Allianz Parque, em São Paulo, na noite dessa terça-feira, sob chuva a noite toda.
O show foi cheio desses lances espertinhos do britânico, arrematados com um toque de bom-moço. Ele não deixou de elogiar no final, dizendo que a seleção brasileira “sempre parece bem” (ele já estava no Brasil na segunda-feira, e viu daqui o jogo contra a Coreia do Sul).
O cantor faz graça, mas também leva a sério as fãs que berram as letras inteiras de todas as músicas. Ele está há três álbuns tentando fazer um som mais “adulto”, mas nem por isso menos divertido, e sem renegar a origem pop da boy band One Direction.
O show estava marcado para 2020 e, por causa da pandemia, só aconteceu agora. Tinha fã com ingresso comprado desde 2019. O investimento se valorizou em três anos: ele engordou o setlist com o ótimo álbum “Harry’s house” e está cada vez mais afiado no palco.
Adulto sem perder a ternura
Harry Styles consegue fazer uma noite de pop classudo, que passa por indie rock, soul e synthpop, sem soar oposto aos refrãos adolescentes do antigo grupo – tanto que toca “What Makes You Beautiful”, do One Direction, no meio do show.
Ele cantou ensopado pela chuva e com um visual até discreto perto de outros figurinos de gênero neutro recentes, que incluem saias e vestidos: calça bege e uma camisa brilhante amarela e preta.
Quem brilhou mais foram as fãs: elas acenderam as luzes dos celulares com papeis nas cores da bandeira do Brasil, divididas por setores do estádio, com movimentos sincronizados.
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Classudo na medida
Ele não tem uma voz virtuosa – ou talvez dispense os malabarismos vocais que infestam o pop atual por bom gosto mesmo. Assim como o resto da banda, é competente na medida, da festiva “Golden” à emotiva “Matilda”.
As fãs gritam até para um solo de guitarra sem sal de dois minutos no final da arrastada “She”. Harry sabe que vai causar comoção com qualquer coisa que fizer no palco, e se diverte com isso, dançando sem parecer afetado.
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Mais legal do que qualquer declaração de amor às fãs, vem a demonstração: ele interrompe a banda no meio de “Cinema” para conferir se uma pessoa na grade não estava passando mal.
Adoniran Styles
O show tem uma breve referência musical ao Brasil com um trecho ao piano de “Trem das onze”, de Adoniran Barbosa, na introdução de “Late night talking”.
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O show faz parte da turnê “Love on tour”, que começou para divulgar o álbum “Fine Line” (2019), foi adiada por conta da pandemia e incorporou o disco seguinte, “Harry’s House” (2022), embalado pelo hit “As it was”, que causou a maior comoção da noite.
Veja as próximas datas:
Rio de Janeiro – quinta-feira, 8 de dezembro – Área Externa da Jeunesse Arena (Esgotado)
Curitiba – sábado, 10 de dezembro – Pedreira Paulo Leminski (Esgotado)
São Paulo – terça-feira, 13 de dezembro – Allianz Parque (Veja ingressos)
São Paulo – terça-feira, 14 de dezembro – Allianz Parque (Veja ingressos)
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