Trabalhadores reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro. Categoria estudantil está dividida entre apoiar ou não o movimento. Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), um dos que aderiu à greve
IFMT/Divulgação
Professores e funcionários técnico-administrativos de quase 300 campi de institutos federais estão em greve nesta segunda-feira (8), sem previsão de retorno às atividades normais. A paralisação começou, na maior parte das unidades, em 3 de abril.
📝 *Campi é o plural de campus. Do latim, campus significa terreno e edifícios de uma universidade ou outra escola. Apesar de campi ser o plural recomendado pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), a versão aportuguesada câmpus também já é usada por instituições federais.
Também aderiram ao movimento: o Colégio Pedro II, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, o Instituto Benjamin Constant e a Cefet-RJ, no Rio de Janeiro, além de escolas e colégios federais vinculados ao Ministério da Defesa.
De acordo com o Sisasefe (sindicato nacional que representa os servidores), todos os alunos dessas instituições estão sem aula.
➡️Quais as reivindicações dos trabalhadores? Os grevistas requerem:
reestruturação das carreiras;
recomposição salarial;
revogação de normas relacionadas à educação que foram aprovadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022), como o novo ensino médio;
reforço no orçamento das instituições de ensino e reajuste imediato de auxílios estudantis.
➡️O que diz o governo? O Ministério da Gestão afirma que viabilizou, em 2023, um reajuste linear de 9% no salário dos servidores e de 43,6% no auxílio-alimentação. Segundo a pasta, foi o primeiro acordo firmado com as categorias nos últimos 8 anos.
Para 2024, o governo diz que apresentou uma proposta de:
elevar o auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil;
aumentar 51% dos recursos de assistência à saúde;
subir o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 489,90.
Esses itens estão sendo debatidos com as entidades educacionais em mesas específicas, segundo o que o Ministério da Gestão disse ao g1. Um relatório final com o plano de reestruturação das carreiras será apresentado em 27 de março à ministra Esther Dweck.
O Sisasefe confirma que o diálogo dos sindicatos com o governo federal começou em junho de 2023, mas “o governo não mostrou um atendimento compatível às demandas da categoria até o momento”.
“A partir da reunião de 18/12/2023, os servidores federais da Educação Profissional, Científica e Tecnológica passaram a debater a possibilidade de construir uma greve — a qual foi aprovada em 27/03 com deflagração para 03/04”, afirma a entidade de trabalhadores.
➡️Há previsão de retorno às atividades? Não.
➡️Qual é o posicionamento dos alunos? A categoria estudantil está dividida: a maioria, segundo fontes afirmaram ao g1, é contrária à paralisação.
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