Eleição está marcada para o dia 20 de novembro. Brasil é o segundo maior acionista do banco de desenvolvimento, que atua na América Latina e no Caribe, porém nunca assumiu a presidência da instituição. O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou o economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC), como candidato do Brasil ao cargo de presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24) pelo Ministério da Economia.
O prazo para candidatura ao cargo de presidente do BID se encerra em 11 de novembro e a eleição está marcada para 20 de novembro. O presidente é eleito por um período de cinco anos, podendo ser reeleito apenas uma vez.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional de países da América Latina e do Caribe.
A instituição também oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.
Em nota, o governo brasileiro disse que Goldfajn concilia ampla e bem-sucedida experiência
profissional no setor público, em organismos multilaterais e no setor privado, além de sólida formação acadêmica, que o “qualificam inequivocamente para o exercício do cargo de Presidente desta importante Instituição”.
O Ministério da Economia diz que, apoiado pelo Ministério das Relações Exteriores, fará “gestões” para que o Brasil assuma a presidência do BID pela primeira vez desde a criação do banco de fomento, em 1959. O Brasil é o segundo maior acionista do banco.
Composição do BID
Atualmente, o BID é conduzido por Reina Irene Mejía, presidente interina. Mauricio Claver-Caron foi demitido do cargo em setembro, após uma investigação concluir que ele teve um relacionamento com uma funcionária e autorizou dois aumentos do salário dela, violando o código de ética da instituição.
O presidente do BID é eleito pela Assembleia de Governadores, na qual cada um dos 48 países membros é representado por seu governador. Para ser eleito, o candidato deve obter a maioria dos votos dos países membros.
O poder de voto varia de acordo com o número de ações detidas por cada país membro do BID. O candidato vencedor também deve ter o apoio de pelo menos 15 dos 28 países regionais.
Perfil
Nascido em março de 1966, Ilan Goldfajn é atualmente diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional. Possui doutorado em Economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), mestrado pela PUC-RJ e graduação pela UFRJ.
Foi presidente do Banco Central do Brasil entre 2016 e 2019 e diretor de Política Econômica entre 2000 e 2003. Teve, ainda uma longa trajetória na iniciativa privada, passando pelo Credit Suisse Brasil, Itaú Unibanco, Ciano Investimentos e Gávea Investimentos.
Foi, também, professor de universidades no Brasil e nos Estados Unidos, sendo também editor e autor de inúmeros livros e artigos.
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