A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, convidou nesta quarta-feira (5), durante coletiva em São Paulo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, a integrar a coordenação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais. Lula disputa o segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Para nós, a coligação Brasil da Esperança, receber esse apoio do PDT, receber seu apoio, de tantos companheiros e companheiras nessa caminhada, é muito importante. Sinta-se bem-vindo. Você vai, com certeza, se quiser e puder integrar a coordenação de campanha do presidente Lula nesse segundo turno, porque nós temos um grande desafio, uma grande responsabilidade, que é vencer o autoritarismo e o retrocesso nesse Brasil”, disse Gleisi.
Lupi reafirmou o apoio do PDT anunciado na terça-feira (3) e disse que o partido, que já foi perseguido , jamais estaria ao lado dos torturadores.
“Não é eleger só o Lula, é impedir um mal que a sociedade brasileira está abatida. Bolsonaro representa tudo que a gente lutou durante a vida toda contra. Eu falei ontem e repito: ‘nós somos o partidos dos torturados, dos caçados, dos exilados. Jamais estaremos ao lado dos torturadores”.
“Estar ao seu lado neste momento é estar ao lado da democracia. Ao lado dos brasileiros que sonham com a sociedade mais justa, mais fraterna, ao lado de quem tem o verdadeiro cristianismo. A minha bíblia está ‘’amai-vos uns aos outros’. O que está aí sendo vendido como cristão, na verdade, é o diabo em forma de gente”, completou.
Lula (PT) durante coletiva com Carlos Lupi, presidente do PDT — Foto: Reprodução
O PDT anunciou o apoio a Lula na terça. O anúncio veio após reunião da Executiva do partido no final da manhã de terça. No primeiro turno, o PDT teve o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como candidato à Presidência da República. Ele ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos (3%). Ciro declarou apoio, mas não citou o nome de Lula.
“Uma hora e meia de reunião com toda a Executiva Nacional do partido, mais os presidentes estaduais, os presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato, senadores. E tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula”, afirmou Lupi.
O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições. Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%).
“Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã”, disse Lupi. “Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas”, completou.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, durante coletiva de imprensa — Foto: Fábio Turci/TV Globo
Ciro fez duras críticas a Lula durante a campanha eleitoral. O pedetista chegou a chamar o pedido de voto útil promovido pelo adversário de “campanha fascista” e disse que o presidente Jair Bolsonaro e o petista têm o mesmo projeto econômico.
Apesar dos embates, Ciro, que ao final do primeiro turno havia pedido tempo para decidir quem apoiaria no segundo turno, deve seguir a posição do partido e vai trabalhar pela eleição do petista contra Bolsonaro.
Lupi disse que a votação do último domingo (2) não agradou e é preciso refletir sobre os erros de comunicação durante a campanha.
O presidente do PDT afirmou que esperava “muito mais” e que ficou “triste com o resultado”, mas que o partido está resistindo.
“Dizer que o resultado foi bom é mentir. Eu esperava muito mais. Agora, veio uma ventania, um vendaval de direita que precisamos parar para refletir sobre isso”, afirmou.