Podcast conta histórias dos últimos álbuns de Gal. Ela queria gravar disco music e, quando produtores fizeram mistura com sofrência, ela fez questão de que Marília gravasse junto; ouça. Marília Mendonça e Gal Costa
Divulgação / Carol Siqueira
A vontade de ter uma música gravada por Gal Costa era tamanha que Marília Mendonça mandou dez opções de composições para a cantora escolher.
“Cuidando de Longe” foi a escolhida e, com o arranjo de disco music pronto, Gal fez questão de chamar a cantora sertaneja para gravar junto.
A canção original era um sertanejo com voz e violão, mas foi a escolhida pois tinha potencial para se encaixar na ideia de Gal Costa de transformá-la com um arranjo de disco music.
Quando o plano de construir sertanejo-disco deu certo, Gal fez questão de convidar Marília para, além da assinatura da composição, ser vocalista parceira da faixa.
A parceria foi lançada em 2018, três anos antes da morte de Marília Mendonça, em novembro de 2021, e quatro anos antes da morte de Gal Costa, nesta quarta-feira (9).
Quem revelou esses bastidores foi Pupillo, produtor do álbum “A Pele do Futuro”, ao g1 ouviu. Ele diz que o ímpeto para transformar “sofrência” em disco, e embarcar em ideia tão ousada, foi o espírito tropicalista que Gal manteve até o fim da carreira.
O podcast conversa com os produtores dos seus últimos disco, que contam os bastidores e explicam como ela foi inquieta até o fim.
“A Marília mandou várias músicas. Era bonito o jeito como a Gal tocava as pessoas e fazia com que elas se ajoelhassem aos pés dela a cada chamado que fazia. Todo mundo, qualquer que fosse o convite, estava pronto para atendê-la”, diz o produtor, ex-baterista da Nação Zumbi.
Pupillo conta que o trabalho de triagem das composições foi feito com Marcus Preto, produtor e diretor artístico de Gal Costa. Ela queria que o álbum tivesse arranjos de disco music.
“A gente foi ouvindo, ouvindo, até que chegamos à conclusão de que aquela específica, ‘Cuidando de longe’, dava a possibilidade de fazer o arranjo disco”, ele lembra. “Ela embarcou, confiou, por conta da cabeça tropicalista que ela tinha”.
“Isso é mais um exemplo de como essa diversidade da música brasileira se dá principalmente a partir do momento em que ela chega junto com essa turma toda do tropicalismo e ensina para a gente que o Brasil é um país multicultural”, ele opina.
“Isso vem lá de trás, não foi a gente que colocou na cabeça dela que ela poderia caminhar por qualquer caminho. Gal Costa, junto,junto com os tropicalistas, desbravou caminhos que não existiam ainda para a música brasileira”, diz Pupillo.
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A parceria com Marília Mendonça faz parte do último álbum de inéditas de Gal Costa, lançado em 2018. Ela ainda lançou “Nenhuma Dor” três anos depois, mas o disco é de regravações com cantores mais jovens.
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