‘Fifa 23’ é melhor em todos os aspectos, mas ainda não justifica modelo anual da série; g1 jogou | Games

“Fifa 23” é melhor em todos os aspectos do que a edição anterior. As partidas são mais realistas e cadenciadas, o controle sobre os passes é mais decisivo e algumas novidades ajudam os principais modos de jogo.

Mesmo com tudo isso, o game ainda não justifica o modelo de lançamento anual da franquia esportiva – e poderia ser a edição ideal para uma mudança nos planos.

O jogo lançado nesta sexta-feira (30) para PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series X/S, Switch, Stadia (que deixará de funcionar em 2023) e computadores é o último da parceria entre a desenvolvedora, a EA, e a Fifa pela utilização da marca.

Com isso, é uma despedida decente para o título da série – mas poderia ser também a aposentadoria de um plano que há décadas pede centenas de reais ao público todos os anos por um punhado de melhorias.

A insistência em tirar entre R$ 200 e R$ 300 anualmente é, ou pelo menos deveria ser, muito pior do que a ausência dos jogadores de equipes e da seleção brasileira.

Assista ao trailer de 'Fifa 23'

Assista ao trailer de ‘Fifa 23’

Donos de consoles da nova geração ou de computadores vão se aproveitar da melhor “novidade” de “Fifa 23”. O sistema Hypermotion 2 melhora o que já estava bom em “Fifa 22” e deixa o controle sobre os passes ainda mais sensíveis e cruciais durante um jogo.

O principal resultado é que a partida se torna mais cadenciada e realista, com jogadas pensadas e que dependem menos de velocidade individual de alguns atletas.

Isso também provoca uma mudança na estratégia da defesa. Apesar de não sofrerem mais tanto para correr atrás de atacantes, zagueiros devem se beneficiar mais ao controlar os espaços e evitar um bote mais afoito que possibilite inteligente um toque no vácuo criado.

O Fifa Ultimate Team (FUT), o principal ganha-pão da EA com a franquia e o maior atrativo para grande parte do público (que gosta de gastar ainda mais dinheiro todo ano), altera o atributo da química entre atletas para um modelo mais simples e bem menos frustrante.

Pode parecer pouco, mas só de entender de cara o sistema e ficar menos irritado a cada nova carta que não se encaixa exatamente às suas necessidades já é um baita avanço.

O modo também oferece alguns desafios para os usuários conseguirem recompensas sem a necessidade de investir tanto dinheiro. Claro, aqueles com bolsos fundos ainda terão uma grande vantagem, mas é legal ver que a desenvolvedora deu mais opções ao público.

Já o modo carreira e o Volta continuam um tanto escanteados – prova maior do tamanho do FUT no quadro geral. O futebol de rua ainda é uma distração divertida, mas a criação de um jogador ou de um treinador mereciam um pouco mais de criatividade por parte da empresa.

Mbappé no ‘Fifa 23’ — Foto: Divulgação

A desenvolvedora já anunciou que, a partir de 2023, a série assume o nome de “EA Sports FC” – por mais que seja difícil imaginar que fãs vão parar de chamá-la de “Fifa” em algum momento próximo.

A empresa também afirma que esta será a maior mudança e que o público não deve se preocupar, mas ela se beneficiaria ao olhar um pouco para a concorrência.

Ok, o “eFootball”, da rival Konami, foi um retumbante fracasso. Mas até isso pode servir para que a EA avalie melhor um redirecionamento estratégico.

A realidade de games como “Fortnite” ou “Call of duty: Warzone” já mostram que não é preciso cobrar a cada título para ter lucros.

Atualizações esporádicas e melhorias podem ser feitas a longo prazo e a arrecadação com cartas do FUT ou cosméticos. Sem um concorrente direto, a desenvolvedora tem espaço e tranquilidade para dar este respiro a seu público.

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