No último fim de semana, as ruas de Londres foram palco de uma marcha organizada pela extrema-direita sob o pretexto da “liberdade de expressão”. O evento, que atraiu a atenção da mídia e gerou debates acalorados, reacende uma questão central no Reino Unido: o que significa ser britânico no século XXI?
O protesto, analisado em profundidade pela NPR em entrevista com o membro do parlamento trabalhista Clive Lewis, serve como um catalisador para uma reflexão mais ampla sobre a ascensão da extrema-direita e sua influência crescente no discurso público. Grupos marginalizados ganham espaço ao explorar sentimentos nacionalistas e identitários, muitas vezes distorcendo narrativas históricas e promovendo a exclusão.
A apropriação da identidade nacional
Um dos aspectos mais preocupantes desse fenômeno é a apropriação da identidade nacional por grupos extremistas. Ao se autoproclamarem os verdadeiros representantes do “ser britânico”, eles excluem e marginalizam comunidades inteiras que também fazem parte da rica tapeçaria cultural do país. Essa visão estreita e excludente da identidade nacional ignora a diversidade étnica, religiosa e cultural que sempre caracterizou o Reino Unido.
O papel da liberdade de expressão
A retórica da “liberdade de expressão”, frequentemente utilizada por grupos de extrema-direita, merece uma análise cuidadosa. Embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental em qualquer sociedade democrática, ela não é absoluta. Discursos de ódio, incitação à violência e disseminação de informações falsas não podem ser protegidos sob o manto da liberdade de expressão. É crucial que a sociedade estabeleça limites claros para evitar que esse direito seja usado para promover a discriminação e o preconceito.
O silêncio ensurdecedor e a necessidade de ação
A ascensão da extrema-direita não é um fenômeno isolado. Ela está ligada a outros problemas sociais, como a desigualdade econômica, a polarização política e a crise de identidade. Para combater eficazmente essa ameaça, é necessário um esforço conjunto de todos os setores da sociedade. O silêncio não é uma opção. É preciso denunciar o discurso de ódio, promover a educação e o diálogo intercultural, e fortalecer as instituições democráticas.
Um futuro inclusivo e plural
O Reino Unido é um país construído sobre a diversidade e a tolerância. Para garantir um futuro inclusivo e plural, é fundamental que a sociedade rejeite a visão estreita e excludente da extrema-direita e reafirme os valores da igualdade, da justiça social e do respeito aos direitos humanos. O debate sobre o que significa ser britânico deve ser aberto e inclusivo, permitindo que todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.
A marcha da extrema-direita em Londres serve como um alerta. Não podemos permitir que o ódio e a intolerância corroam os alicerces da nossa sociedade. É hora de reafirmar o nosso compromisso com a democracia, a justiça social e a igualdade para todos. A construção de um futuro melhor depende da nossa capacidade de resistir à tentação do extremismo e abraçar a diversidade como uma força positiva.
Para aprofundar sua compreensão sobre a complexidade da extrema-direita e o debate sobre a identidade britânica, recomendo a leitura da entrevista completa com Clive Lewis na NPR ( https://www.npr.org/2025/09/16/nx-s1-5543014/the-far-right-and-what-it-means-to-be-british ). Além disso, sugiro a pesquisa de outras fontes confiáveis e a participação em debates construtivos sobre o tema.