A polícia indiana prendeu no sábado um alto executivo de uma empresa bancária com sede nos Estados Unidos em conexão com um episódio no final de novembro em que o executivo teria urinado em outro passageiro em um voo da Air India de Nova York a Nova Delhi.
O executivo, Shankar Mishra – que recentemente foi demitido de seu cargo como vice-presidente da subsidiária indiana da Wells Fargo – enfrenta acusações sob várias leis indianas, incluindo assédio sexual, obscenidade e insulto à modéstia de uma mulher. Ele está preso à disposição da justiça há 14 dias, de acordo com reportagens da mídia local.
A notícia do episódio, que se tornou pública depois que a companhia aérea apresentou uma queixa à polícia na quarta-feira, provocou indignação nas redes sociais indianas. A demora entre o evento e a reclamação também levantou dúvidas sobre como a Air India lidou com a situação.
Segundo depoimento da vítima, uma mulher de 72 anos cujo nome a polícia não divulgou, o Sr. Mishra aparentava estar embriagado no voo onde aconteceu, na classe executiva.
Em uma queixa escrita ao presidente da Air India em 27 de novembro, um dia após a chegada do voo a Nova Delhi, a vítima exigiu a prisão imediata do Sr. Mishra após o pouso. Mas, contra a vontade da vítima, a tripulação do avião trouxe o passageiro até ela. Ele se desculpou e implorou para ser poupado pelo bem de sua família.
“Em meu estado já perturbado, fiquei ainda mais desorientada ao ser forçada a confrontar e negociar com o perpetrador do terrível incidente de perto”, escreveu ela no comunicado ao presidente da Air India, que foi incluído na queixa policial apresentada pelo CIA aérea.
Esse não foi o único problema que ela teve com a forma como a companhia aérea lidou com o assunto. Ela disse que a equipe da companhia aérea se recusou a tocar em seus sapatos e bolsas encharcados de urina, apenas borrifando-os com desinfetante. Eles forneceram pijamas e meias de companhias aéreas para vestir, disse ela, mas inicialmente recusaram seu pedido de um assento diferente.
Depois que o voo pousou, Mishra concordou em pagar pela lavagem a seco dos pertences da mulher, de acordo com um comunicado emitido por seus advogados. Eles disseram que uma conversa no WhatsApp entre os dois mostrou que o Sr. Mishra lavou as roupas e bolsas dela em 28 de novembro e entregou a ela em 30 de novembro.
De acordo com o comunicado, sua queixa restante era com a companhia aérea, não com o Sr. Mishra. Não está claro por que a Air India esperou semanas para registrar uma queixa na polícia.
A polícia de Nova Délhi, onde a denúncia foi registrada, disse que a casa de Mishra em Mumbai, capital financeira da Índia, estava trancada quando policiais chegaram lá na sexta-feira em conexão com o caso. Eles disseram que seus parentes não estavam cooperando com os investigadores. O Sr. Mishra foi encontrado e preso no estado de Karnataka, no sul do país, no sábado.
Um representante da Air India se recusou a comentar, dizendo que a empresa estava cooperando com as autoridades.
Na noite de sexta-feira, Wells Fargo disse em comunicado que a empresa mantinha seus funcionários com os mais altos padrões de comportamento profissional e pessoal e que a pessoa envolvida no caso havia sido demitida.
Também na sexta-feira, o principal órgão regulador da aviação da Índia emitiu um aviso alertando que as companhias aéreas precisavam lidar estritamente com passageiros indisciplinados e registrar prontamente reclamações às autoridades aeronáuticas, e que o descumprimento levaria à ação de fiscalização.
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