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Estudantes de véu protestam em universidade no Irã: 'Sou uma mulher livre'


Protestos marcam os 40 dias da morte de Mahsa Amini. Testemunhas disseram que a polícia atirou em pessoas que se reuniram no cemitério onde ela foi enterrada. Mulheres de véu protestam em universidade no Teerã: ‘Sou uma mulher livre’
Vídeo mostra estudantes, usando o hijab, na Universidade Alzahra no Teerã, capital do Irã, gritando: “Eu sou uma mulher livre, você é uma prostituta!”, querendo dizer que os homens são imorais, não as mulheres.
Protestos ocorreram em várias universidades no Teerã e em outras partes do país nesta quarta-feira (26) que marca os 40 dias da morte de Mahsa Amini.
Amini, de 22 anos, morreu em 16 de setembro enquanto estava sob custódia da polícia de moralidade do Irã, que a havia detido devido ao seu “traje impróprio”. No caso, eles disseram que ela usava o véu de forma errada.
Multidão marcha em direção a cemitério onde foi enterrada Mahsa Amini, no Irã
A localização do vídeo foi verificada pelas características da construção e das estradas que correspondiam a imagens de arquivo. A agência de notícias Reuters, que obteve o vídeo, não conseguiu confirmar a data em que ele foi filmado.
Tiros em cemitério
Forças de segurança iranianas abriram fogo contra pessoas que se reuniram em Saqez, cidade curda da jovem Mahsa Amini, afirmou uma testemunha, enquanto a mídia estatal disse que as pessoas no cemitério entraram em confronto com a tropa de choque.
“A tropa de choque atirou em pessoas que se reuniram no cemitério para a cerimônia memorial de Mahsa… dezenas foram presas”, disse a testemunha.
A agência de notícias semi-oficial do Irã Isna informou que cerca de 10.000 pessoas se reuniram no cemitério, acrescentando que a internet foi interrompida após confrontos entre forças de segurança e pessoas no local.
Vídeos nas redes sociais mostraram milhares de iranianos marchando em direção ao cemitério onde Amini está enterrada, apesar da forte presença da polícia de choque.
Multidão marcha pela estrada que leva ao Cemitério de Aychi, onde Mahsa Amini está enterrada, perto de Saqez, no Irã, nesta captura de tela tirada de um vídeo de mídia social divulgado em 26 de outubro de 2022
Reprodução via Reuters
Uma testemunha disse que “homens e mulheres se reuniram em torno do túmulo de Amini no cemitério de Aichi em Saqez, cantando ‘Mulher, Vida, Liberdade'”. Outra testemunha em Saqez contou que o cemitério estava cheio de membros da milícia Basij e da tropa de choque.
Temendo que o aniversário de 40 dias da morte de Amini alimentasse mais protestos violentos, a polícia alertou sua família para não realizar uma procissão, disseram grupos de direitos humanos.
No entanto, o governo do Curdistão negou qualquer limitação estatal para a realização de um serviço memorial, acrescentando que “foi decisão de sua família não realizar uma reunião”, segundo a mídia estatal.
Fantástico mostra como age a temida ‘polícia da moralidade’ no Irã
Uma grande variedade de iranianos saiu às ruas, com alguns pedindo a queda da República Islâmica e cantando “Morte ao (líder supremo aiatolá Ali) Khamenei”.
As manifestações desencadeadas pela morte da jovem de 22 anos enquanto estava sob custódia da polícia da moralidade do Irã em 16 de setembro se tornaram um dos maiores desafios ​​à liderança clerical desde a revolução de 1979.
Manifestantes cantam em uma vigília para Mahsa Amini na entrada da Universidade de Tecnologia Khajeh Nasir Toosi em Teerã, no Irã, nesta captura de tela de vídeo de mídia social divulgado em 26 de outubro de 2022
Reprodução via Reuters
Jornal iraniano do dia 10 de outubro com a foto de Mahsa Amini na capa
Majid Asgaripour/Reuters

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