Os Estados Unidos e a União Europeia estão pressionando por garantias de que a China contribuirá para qualquer fundo criado – e que o país não será elegível para receber dinheiro dele. As Nações Unidas atualmente classificam a China como um “país em desenvolvimento”, o que a tornaria elegível para compensação climática, embora seja agora o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, bem como a segunda maior economia. A China tem resistido ferozmente a ser tratada como uma nação desenvolvida nas negociações climáticas globais.
Nossa cobertura da Cúpula do Clima COP27
- Afastado: John Kerry, enviado especial dos Estados Unidos para as mudanças climáticas, testou positivo para Covid-19 nas últimas horas das negociações climáticas das Nações Unidas.
- Em busca de uma solução: À medida que as negociações se arrastavam, o Egito, anfitrião da cúpula, lançou a ideia de um fundo para ajudar os países em desenvolvimento lidar com “perdas e danos” causados pelo aquecimento global.
- Altas expectativas: O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi saudado como um herói na cúpula por sua promessa de parar o desmatamento da Amazônia. Mas ele enfrenta muitos desafios.
Também não há garantia de que os países ricos depositarão dinheiro no fundo. Uma década atrás, os Estados Unidos, a União Europeia e outros emissores ricos prometeram mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático até 2020 para ajudar os países mais pobres a mudar para energia limpa e se adaptar aos riscos climáticos futuros por meio de medidas como a construção de paredes marítimas. Elas ainda estão aquém por dezenas de bilhões de dólares anualmente.
Embora os diplomatas americanos possam concordar com um fundo, o dinheiro deve ser apropriado pelo Congresso. No ano passado, o governo Biden buscou US$ 2,5 bilhões em financiamento climático, mas garantiu apenas US$ 1 bilhão, e foi quando os democratas controlaram ambas as câmaras. Com os republicanos prontos para assumir a Câmara em janeiro, as perspectivas de o Congresso aprovar um pote de dinheiro inteiramente novo para perdas e danos parecem sombrias.
Por seu lado, várias nações europeias comprometeram-se voluntariamente mais de US$ 300 milhões para lidar com perdas e danos, com a maior parte desse dinheiro indo para um novo programa de seguro para ajudar os países a se recuperarem de desastres como inundações. Os países pobres elogiaram esses primeiros esforços, observando que eles são apenas uma fração do que é necessário.
“É importante notar que temos o fundo, mas precisamos de dinheiro para que valha a pena”, disse Mohamed Adow, diretor executivo do Power Shift Africa, um grupo que visa mobilizar a ação climática em todo o continente. “O que temos é um balde vazio. Agora precisamos preenchê-lo para que o apoio possa fluir para as pessoas mais impactadas que estão sofrendo agora nas mãos da crise climática.”
Havia uma disputa crescente sobre como chamar um novo fundo. As nações em desenvolvimento consideram isso uma compensação e os ativistas climáticos se referem a isso como reparações. Mas os diplomatas americanos insistiram que o dinheiro deveria ser chamado de “recursos de perdas e danos”.
Para os Estados Unidos, a cúpula do clima deste ano, conhecida como COP27, foi um rude despertar. O presidente Biden e seu enviado climático, John Kerry, chegaram ao Egito divulgando a nova legislação histórica que investirá US$ 370 bilhões em energia limpa e ajudará os Estados Unidos a reduzir profundamente as emissões. O Sr. Biden disse aos ministros e diplomatas reunidos que os Estados Unidos queria liderar o mundo na transição para longe dos combustíveis fósseis e em direção a um futuro onde o aquecimento global seria limitado a níveis relativamente seguros.