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Em meio a aumento de casos, estado de SP avalia compra de vacinas contra varíola dos macacos | São Paulo

Após os casos de monkeypox, a varíola dos macacos, triplicarem em duas semanas no estado de São Paulo, o governo do estado passou a estudar a compra de vacinas contra a doença, segundo declarou nesta quinta (21) o secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, David Uip.

“O governador já determinou que tomássemos providências, no sentido de aquisição de vacina, que vai ser feita pelo Butantan, ou até em algum momento, se for possível, a produção de vacinas. [ele também determinou] que [se] estabeleça [quais são] as formas mais adequadas de prevenção”, disse Uip.

“Nem gosto muito da palavra campanha porque é falando todo dia, é o que estamos fazendo, vamos ter que voltar a falar dessa e de outras doenças diariamente”, disse Uip.

O estado confirmou 425 casos da doença até a tarde desta quinta-feira. A grande maioria ocorreu na região metropolitana: 358 deles são na capital e 50 em outras cidades da Grande SP. Hoje, três em cada quatro registros da doença no Brasil estão em São Paulo.

A vacina contra a varíola humana voltou a ser produzida na Dinamarca e já está sendo adquirida por países da União Europeia e pelos EUA.

Em nota, a Anvisa declarou que não recebeu solicitação de registro para vacinas ou medicamentos específicos para monkeypox até o momento. Já o Ministério da Saúde disse que “está em contato com a OMS e aguarda o avanço das tratativas com o fabricante para que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir o quantitativo a ser adquirido e a estratégia de imunização para o Brasil” (veja as notas completas abaixo).

O infectologista do Emílio Ribas, Jamal Suleiman, explicou que a descrição clássica da doença começa por aumento dos gânglios, conhecidos como ínguas. Os pacientes também podem ter febre. No entanto, de acordo com o médico, em muitos casos, estes sintomas nem têm aparecido, então é importante observar o aparecimento de lesões no corpo.

“O ponto central é que as lesões elas são polimórficas, o que significa que podem se apresentar de maneiras distintas. A sequência de lesão da pele pra monkeypox é primeiro uma mancha vermelha arredondada. Essa mancha vermelha adquire discreta altura que a gente chama de papula. Na sequencia, isto rompe as camadas da pele e forma a vesícula, que é uma bolha. O próximo passo é que esta bolha adquire pus, chamada de pústula. A fase final da doença é a casquinha, a crosta”, explicou Suleiman.

No começo do mês, o governo de São Paulo criou um comitê para acompanhar os casos de varíola dos macacos no estado.

1 de 1 Varíola dos macacos é semelhante à varíola que já foi erradicada, mas menos severa e menos infecciosa — Foto: Science Photo Library

Varíola dos macacos é semelhante à varíola que já foi erradicada, mas menos severa e menos infecciosa — Foto: Science Photo Library

Foram nomeados nove especialistas da Fundação e do Instituto Butantan para analisar, realizar estudos e monitorar os casos em São Paulo.

O comitê também avalia a criação de uma vacina contra a doença. Nos anos 70, o Instituto Butantã desenvolveu uma vacina para a varíola humana, que é mais grave que a varíola dos macacos, mas tem um vírus parecido.

Veja as notas completas abaixo:

A Anvisa não recebeu solicitação de registro para vacinas ou medicamentos específicos para monkeypox. A Anvisa recebeu pedido da empresa Biomedica para registro de teste específico para detecção da monkeypox. O pedido está em análise.

Em relação as ações de fronteira, não há indicação de mudanças de abordagem neste momento. Com base nas informações disponíveis até o momento, não é recomendada nenhuma restrição para viagens e comércio para países que identificaram casos dessa doença. O Ministério da Saúde divulga periodicamente a lista de países com casos confirmados.

Ademais, se encontram vigentes a RDC nº 584/2021 e RDC nº 456/2020 que estabelecem medidas de controle sanitário em portos e aeroportos, respectivamente, em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Considerando que a transmissão do vírus SARS-CoV-2 também ocorre por meio de gotículas do trato respiratório, as medidas relativas a uso de máscaras, etiqueta respiratória, distanciamento e higienização de superfícies atualmente preconizadas nesses regulamentos atuam de forma sinérgica para reduzir o risco de disseminação de ambos os vírus.

A Anvisa participa da Sala de Situação montada pelo MS para monitoramento da doença.

O Ministério da Saúde informa que, até o momento, 607 casos de monkeypox foram confirmados no Brasil, sendo 438 procedentes do estado de São Paulo, 86 do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 12 do Distrito Federal, 10 do Paraná, oito do Goiás, cinco na Bahia, dois do Ceará, três do Rio Grande do Sul, dois do Rio Grande do Norte, dois no Espírito Santo, três em Pernambuco, um em Mato Grosso do Sul e um em Santa Catarina.

A Pasta segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes.

No Brasil, ainda não há vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra a doença . O Ministério da Saúde está em contato com a OMS e aguarda o avanço das tratativas com o fabricante para que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir o quantitativo a ser adquirido e a estratégia de imunização para o Brasil.

O Instituto Butantan informa que, conforme portaria publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 30/06, foi instaurado um Comitê Contingencial Técnico de Especialistas do Butantan para analisar a disseminação da varíola ocasionada pelo vírus Monkeypox. O grupo, cujo objetivo principal é apresentar estudos e propostas a respeito do assunto, também avalia a produção de um imunizante contra o vírus.

É importante ressaltar que a primeira e mais eficaz medida de saúde pública é a contenção do contágio, por meio do isolamento das pessoas contaminadas. O Butantan, como faz há 121 anos, segue trabalhando a serviço da vida, em prol da saúde pública do povo brasileiro.

Secretaria da Saúde de SP

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que tem desenvolvido ações, em parceria com os municípios, de orientação e controle da Monkeypox no Estado. Antes mesmo do surgimento dos primeiros casos em SP, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) tem atuado com total transparência, alinhando as diretrizes técnicas com toda a rede de saúde e informando a população quanto ao cenário epidemiológico e as medidas de prevenção e controle da doença. As iniciativas de capacitação desenvolvidas pelo CVE, e que tiveram a participação da Organização Panamericana de Saúde (Opas), já alcançaram mais de 3 mil profissionais de saúde de todas as regiões do Estado.

SP tem 425 casos confirmados da Monkeypox, sendo 358 em São Paulo, um em Bady Bassit, três em Barueri, três em Cajamar, três em Campinas, um em Carapicuíba, dois em Cotia, quatro em Diadema, um em Embu, um em Embu das Artes, três em Guarulhos, dois em Indaiatuba, um em Itapecerica da Serra, sete em Itapevi, um em Itaquaquecetuba, um em Itarare, um em Jundiaí, quatro em Osasco, três em Ribeirão Preto, um em Santa Bárbara D’Oeste, cinco em Santo André, dez em São Bernardo do Campo, um em São Caetano do Sul, um em São Carlos, um em São José dos Campos, dois em Sertãozinho, um em Suzano, dois em Taboão da Serra e um em Vinhedo.

O vírus da Monkeypox faz parte da mesma família da varíola e é importante salientar que o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. A transmissão ocorre entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.

Vídeos: Tudo sobre São Paulo e região Metropolitana

Fonte

MicroGmx

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