O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou nesta sexta-feira (21) a campanha do adversário na disputa presidencial, Jair Bolsonaro (PL), que, na avaliação do petista, é “anormal” e feita com “mentiras” e “asneiras”.
O petista deu a declaração durante entrevista em Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde cumpre agendas de campanha a nove dias do segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto. Mais cedo ele participou de ato em Teófilo Otoni (MG), no Vale do Mucuri.
“É difícil porque, com o meu adversário, não é possível fazer uma campanha normal, porque a dele é anormal. A quantidade de mentiras que a rede social dele conta por dia, a quantidade de invenções, de asneiras, que falam por dia é um negócio que não tem precedentes”, disse Lula na entrevista.
“Nem sei se ele tá pior que o [Donald] Trump nos Estados Unidos. O dado concreto é que ele criou o hábito de mentir, ele acha que é normal mentir, ele acha que é preciso mentir. O homem que acha isso, que fala isso, não pode ser sério”, acrescentou.
Lula, Simone Tebet e apoiadores do ex-presidente em passeata em Juiz de Fora (MG) — Foto: YouTube/Reprodução
Debaixo de chuva e vestindo uma capa plástica, Lula estava acompanhado da prefeita Margarida Salomão (PT), da senadora Simone Tebet (MDB-MS), da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Silveira (PSD-MG), dos deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e André Janones (Avante-MG) e do vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB).
Tebet pediu empenho aos apoiadores de Lula para conquistar votos na reta final do segundo turno. Terceira colocada na disputa ao Planalto e recém-chegada à campanha petista, a senadora apelou ainda para que eles convençam apoiadores da candidatura emedebista no primeiro turno a trocar de voto.
“Vamos bater na porta dos indecisos, daqueles que votaram nulo, daqueles que votaram em branco”, disse.
Caminhada de apoiadores do ex-presidente Lula (PT) em Juiz de Fora (MG) — Foto: Fellype Alberto/g1
Lula defendeu uma política de reajuste salário mínimo com correção anual feita a partir de critérios como a média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Mecanismo parecido havia sido utilizado de forma institucional durante os governos de Dilma Rousseff (PT).
“Quero dizer para vocês que nós vamos aumentar o salário mínimo. Ele será corrigido todo ano de acordo com o crescimento do PIB porque nós não temos o direito de fazer sofrer aqueles que já trabalharam 40 anos, 50 anos, aquelas que ficaram viúvas e recebem uma pensão. É preciso que a gente tenha respeito pelas pessoas que trabalham nesse país”, disse.
O petista voltou a defender a realização de uma reforma tributária que onere os mais ricos e a retomada de investimentos em infraestrutura. Ele ainda disse que pretende, em um eventual governo, investir na criação de novas universidades e fortalecer os repasses a instituições federais de ensino existentes.
O candidato do PT a presidente também criticou o adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro, e a possibilidade de o atual presidente apresentar uma série de propostas para um possível segundo mandato em 2023.
“Faltam 10 dias e vocês ainda vão ouvir muitas mentiras do nosso adversário, muitas promessas falsas do nosso adversário. Essa semana ele vai apresentar uma proposta ao Brasil. Pode olhar que vai ser um rosário de mentiras. Ele vai propor fazer tudo que ele não fez e vai propor fazer mais. E nós temos o dever e a obrigação de não acreditar no Bolsonaro”, afirmou.
O candidato Lula (PT) em discurso na Praça da Estação em ato de campanha em Juiz de Fora — Foto: Fellype Alberto/g1
Lula ainda comentou a decisão da ministra Maria Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de enviar para análise do plenário virtual a medida que concedeu, como direito de resposta, 164 inserções de 30 segundos para a campanha petista em propagandas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ministra havia concedido o direito de resposta à campanha na última quarta (19) ao avaliar que Bolsonaro havia divulgado desinformação sobre o candidato petista em 164 inserções. A campanha do candidato à reeleição questionou a decisão em recurso no Tribunal, e Bucchianeri suspendeu a decisão inicial e remeteu o caso para o plenário virtual.
Segundo Lula, se a decisão for confirmada, a campanha petista não pretende usar o espaço para novos ataques a Bolsonaro.
“Se a gente ganhar, a gente vai aproveitar pra falar coisa mais séria, falar com o povo o que vamos fazer com o salário mínimo, com o Imposto de Renda, com as pessoas endividadas, porque esses são os assuntos que interessam para o nosso povo”, disse.
O petista disse que a campanha “festejou” a decisão inicial do TSE e chegou a avaliar, a pedido do presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, um acordo com a campanha bolsonarista.
“Festejamos [os direitos de resposta] porque é a oportunidade de rebater as mentiras que o bolsonaro contou e as monstruosidades que a turma dele tem capacidade de fazer. Hoje eu falei com o advogado que ele ia ao Alexandre de Moraes conversar com ele. Houve uma proposta de acordo. Eu disse que não tem acordo”, afirmou.
“De qualquer forma eu tenho dito, ontem teve uma reunião da minha campanha, que a gente não pode entrar no jogo rasteiro do Bolsonaro”, acrescentou.
Lula desembarcou no início da tarde desta sexta-feira no Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha), acompanhado da senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno da eleição presidencial, e de Marina Silva (Rede), deputada federal eleita por São Paulo.
Após a entrevista, Lula se dirigiu ao Centro de Juiz de Fora, onde participa com apoiadores de uma caminhada na Avenida Francisco Bernardino em direção à Praça da Estação.
Juiz de Fora é uma cidade em que o petista tradicionalmente conta com votações expressivas. No primeiro turno de 2022, Lula teve 52,62% dos votos para a Presidência (167.048 votos), enquanto Jair Bolsonaro foi a escolha de 38,41% dos eleitores (121.945 votos) do município.
A eleição em Juiz de Fora teve 20,55% de abstenção. (Veja como foi a votação)
A mais recente pesquisa Datafolha aponta que Lula tem 49% das intenções de voto no segundo turno. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 45%.
Encomendada pela Globo e pela “Folha de S.Paulo”, a pesquisa mostra que a diferença entre os candidatos está no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com o petista em vantagem.
O novo levantamento foi feito entre segunda (17) e quarta (19), e os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas.
A última pesquisa do Ipec divulgada na segunda-feira (17), encomendada pela Globo, apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 50% de intenção de votos no segundo turno e que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 43%.
O novo levantamento foi feito entre sábado (15) e segunda, e os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Se a eleição fosse na data da pesquisa, Lula teria 54% dos votos válidos, e Bolsonaro, 46%. Para calcular os votos válidos, são excluídos os brancos, os nulos e os de eleitores que se declaram indecisos.
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