Em 2003, Lula tomou posse em seu primeiro mandato; foi a primeira vez desde a redemocratização que um presidente eleito pelo voto direto, FHC, passou a faixa para outro presidente eleito pelo voto direto, Lula.
Cerimônia de posse de Lula no Palácio do Planalto, em Brasília, em janeiro de 2003
Ed Ferreira/Estadão Conteúdo/Arquivo
Há exatos 20 anos, em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse como presidente pela primeira vez. Neste domingo (1º), Lula começa seu terceiro mandato presidencial.
A pedido do blog, o jornalista Ricardo Kotscho, que foi secretário de imprensa no governo Lula, relembra curiosidades da primeira posse do petista.
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Ele conta que naquele dia surgiu um impasse: decidir o que fazer com Michelle, a cachorrinha de Lula e da primeira-dama, Marisa Letícia, enquanto o casal participava da cerimônia. A solução dada pelo então coronel Gonçalves Dias, chefe da Segurança, escalou um de seus homens para tomar conta do pet. Hoje general da reserva, Dias será ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula.
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A posse de Lula em 2003 teve um fato inédito: foi a primeira vez desde a redemocratização que um presidente eleito pelo voto direto, Fernando Henrique Cardoso, passou a faixa para outro presidente eleito pelo voto direto, Lula. O rito de passagem da faixa, meramente simbólico, não acontecerá este ano, já que Jair Bolsonaro (PL) não estará presente na posse de seu sucessor.
“FHC até se enroscou com a faixa, deixou cair os óculos, que Lula recolheu rapidamente”, relembra Kotscho.
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passando a faixa presidencial para Lula em 2003.
Joedson Alves/Estadão Conteúdo/Arquivo
O jornalista conta que, depois da cerimônia, ao se despedir de FHC, Lula abraçou o tucano e disse: “Quero que você saiba, Fernando, que deixa aqui no palácio um amigo”.
Outra curiosidade daquele 1º de janeiro de 2003 é que Lula assinou o termo de posse com uma caneta emprestada pelo pai de Simone Tebet (MDB), Ramez Tebet (1936-2006), então presidente do Congresso.
Lula havia esquecido a caneta que queria usar na ocasião e foi socorrido pelo pai da futura ministra do Planejamento, que emprestou ao petista a Montblanc que levava consigo. A pedido do blog, Simone contou como foi o episódio:
“Meu pai tirou a caneta dele, uma caneta boa que ele tinha ganhado, decerto, do paletó para o Lula assinar, e na hora que foi pegar de volta, o chefe de cerimonial disse: ‘Agora essa caneta faz parte do patrimônio histórico, essa caneta fica no acervo’ (risos).”