Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) participam neste domingo (16) do primeiro debate do segundo turno das Eleições 2022. O encontro é organizado por TV Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S. Paulo.
Lula, que presidiu o país entre 2003 e 2010, e Bolsonaro, que tenta a reeleição, foram os dois candidatos mais votados no primeiro turno das eleições de 2022, que aconteceu no dia 2 de outubro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula obteve 57.259.504 votos (48,43%), enquanto Jair Bolsonaro teve 51.072.345 votos (43,20%).
No primeiro turno, Bolsonaro compareceu ao debate do SBT, da Band e da TV Globo. Já Lula compareceu aos debates da Band e da TV Globo.
O debate tem duração prevista de uma hora e 40 minutos de duração e acontece duas semanas antes da votação de segundo turno para presidente, marcada para 30 de outubro.
O candidato eleito em segundo turno toma posse no cargo no próximo dia 1º de janeiro, em cerimônia no Congresso Nacional. Desta vez, o mandato presidencial terá quatro dias a mais: uma reforma eleitoral aprovada em 2021 definiu que, em 2027, a posse presidencial será em 5 de janeiro.
Lula e Bolsonaro em debate da Band — Foto: Nelson Almeida/AFP
Logo no primeiro trecho do confronto direto, Jair Bolsonaro usou parte do tempo para comparar o Bolsa Família, criado na gestão PT, com o Auxílio Emergencial pago na pandemia e o Auxílio Brasil criado para suceder o Bolsa Família no ano passado.
“Só de Auxílio Emergencial, em 2020, nós gastamos o equivalente a 15 anos de Bolsa Família. O Bolsa Família pagava muito pouco, eu tinha vergonha de ver as pessoas mais humildes especial do Nordeste, do interior do Nordeste recebendo, algumas famílias começando a receber R$ 42 reais. Se podia dar algo melhor, como tá dizendo agora, por que que não deu lá atrás?”, disse Bolsonaro.
Em resposta, Lula citou outras medidas de assistência social adotadas pelo governo federal entre 2003 e 2010, quando era presidente.
“O nosso programa de inclusão social não era só o Bolsa Família. O nosso programa de inclusão social foi a maior política de distribuição de renda que esse país já conheceu para o pobre. Era ajuda ao pequeno produtor rural, era 1,4 milhão de cisternas que nós fizemos para o Nordeste. Era o Pnae [programa de alimentação escolar] para levar comida para as crianças mais pobres, e a gente comprava do pequeno produtor. Além do aumento do salário mínimo de 74%”, enumerou.
Na primeira rodada de confronto direto, Lula questionou Bolsonaro sobre a conduta do governo na pandemia. Até este domingo, o Brasil contabilizava 687.195 mortes pela Covid.
“A sua negligência fez com que 680 [mil] pessoas morressem quando mais da metade poderia ter sido salva. A verdade é que o senhor não cuidou, debochou, riu, desacreditou a vacina. […] O senhor gozou das pessoas, imitou as pessoas morrendo afogadas por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história de nenhum governo no mundo alguém que brincou com a pandemia e com a pandemia como você brincou”, disse Lula.
Em resposta, Bolsonaro citou a ocasião em que Lula disse “ainda bem” ao se referir ao papel da Covid-19 em demonstrar a necessidade do Estado. E defendeu a política do governo contra o vírus.
“A primeira vacina no mundo foi aplicada em dezembro de 2020. Em janeiro do ano seguinte, um mês depois. O Brasil começou a vacinar. Nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina. E todos aqueles que quiseram tomar vacina, tomaram. E o Brasil foi um dos países que mais vacinou no mundo e em tempo mais rápido. Então, o senhor se informe antes de fazer acusações levianas e mentirosas”, disse Bolsonaro.
No primeiro bloco, os dois candidatos foram questionados sobre quais cortes farão no orçamento, se eleitos, para viabilizar os projetos prometidos na campanha.
Primeiro a responder, Bolsonaro disse que o Auxílio Brasil será “permanente” e bancado a partir da reforma tributária que ainda tramita no Senado.
“Bem como nosso governo estuda, ao se privatizar alguma coisa, uma parte obviamente vai para pagar juros da dívida e outra parte para irrigar projetos outros que podem acontecer”, disse.
Lula fez referência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que implementou em seu segundo mandato. O candidato também citou a aprovação de uma reforma tributária pelo Congresso para “taxar menos os mais pobres e os trabalhadores”.
“Por isso é que nós propomos uma isenção até R$ 5 mil, não pagamento do Imposto de Renda. E cobrar dos mais ricos, que muitas vezes não pagam sobre o lucro e sobre o dividendo. Aí, vamos ter dinheiro para fazer as políticas que nós fizermos”, completou.
Pelas regras, definidas com as campanhas dos presidenciáveis e acatadas por representantes de ambos, o debate foi dividido em três blocos.
O candidato que julgar necessário poderá pedir direito de resposta, e a demanda será avaliada pelos organizadores. Se o pedido for atendido, o candidato terá um minuto extra ao fim daquele bloco.
No primeiro bloco, os candidatos responderão a uma mesma pergunta proposta por um mediador. Cada presidenciável terá um minuto e meio e, por sorteio, Jair Bolsonaro será o primeiro a responder.
Após as respostas, começa um confronto direto entre Lula e Bolsonaro. Cada um terá 15 minutos para administrar entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas.
Nessa etapa de confronto direto, Lula poderá fazer a primeira pergunta.
No segundo bloco, Lula e Bolsonaro responderão a perguntas de quatro jornalistas do pool de veículos que organizam o debate.
Cada pergunta será respondida pelos dois candidatos. Bolsonaro é o primeiro a responder as perguntas 1 e 3; Lula responde primeiro as perguntas 2 e 4.
Os candidatos terão um minuto e meio para cada resposta. Não haverá comentário nem réplica.
O último bloco terá três etapas diferentes.
Inicialmente, os candidatos respondem a uma mesma pergunta dos âncoras – Lula respondendo primeiro.
Em seguida, haverá uma nova rodada de confronto direto, com 15 minutos a serem administrados por cada candidato. Bolsonaro será o primeiro a falar.
Por fim, cada um dos candidatos terá um minuto e meio para suas considerações finais. Bolsonaro falará primeiro e Lula em seguida.
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