Em artigo, professora de direito afirma que é preciso discutir como avaliar se o desempenho de um profissional da saúde está sendo afetado Médicos mais velhos se beneficiam de sua longa experiência e das habilidades que desenvolveram ao longo de décadas de prática. Ao mesmo tempo, à medida que o tempo passa, aumenta o risco de declínio cognitivo – que não é exclusividade de pacientes – impactando seu desempenho e tomada de decisões. O comprometimento cognitivo pode afetar seriamente a performance de um profissional da saúde ao causar lapsos de memória, redução da atenção e da capacidade de resolver problemas. Como lidar com a questão? Cabe ao conselho dos hospitais desenvolver formas de monitoramento e tomar algum tipo de atitude? Há limites éticos e morais para essas ações? Esse foi o teor do artigo da advogada Sharona Hoffman, professora de direito e bioética da Case Western Reserve University, publicou no “Journal of Medical Regulation”.
O Colégio Americano de Cirurgiões lançou, em 2016, documento que enfatiza a necessidade de que os membros avaliem suas funções neurocognitivas
Debora Alves para Pixabay
Samantha já havia escrito “Cognitive decline and the workplace” (“Declínio cognitivo e o ambiente de trabalho”), onde abordava as barreiras legais para a implantação de testes. No entanto, fazia a ressalva de que, em diversas atividades – quase todas ligadas a questões de segurança – há uma idade de aposentadoria compulsória. É o caso de bombeiros, pilotos e controlares aéreos, por exemplo. Depois de destacar que, apesar do envelhecimento da população, o problema ainda não ganhou a atenção do meio jurídico, sua sugestão é de que programas de monitoramento de profissionais idosos sejam construídos com cuidado e sensibilidade.
Nos Estados Unidos, país onde a discussão vem ganhando destaque, mais de 15% dos médicos têm idade superior a 65 anos. Se levarmos em conta que o risco de Alzheimer dobra a cada cinco anos depois dos 65 e que quase um terço das pessoas acima dos 85 tem a doença, não se trata de um debate fútil. Entre 2016 e 2019, o Yale New Haven Hospital, em Connecticut, submeteu 141 profissionais com mais de 70 anos a testes. A maioria (125) era composta por médicos, mas também havia enfermeiros, dentistas e psicólogos. A instituição descobriu que 18 deles, o equivalente a 12.7% da equipe, apresentavam algum tipo de déficit cognitivo que poderia impactar negativamente suas funções.
Em Ontário, no Canadá, uma análise realizada entre médicos descobriu que 22% dos profissionais acima dos 75 anos tinham dificuldades cognitivas; na faixa entre 50 e 75, o índice baixava para 14%. O Colégio Americano de Cirurgiões lançou, em 2016, um documento sobre o envelhecimento que enfatiza a necessidade de que os membros avaliem suas funções neurocognitivas através de ferramentas on-line que garantirão a privacidade da consulta, compartilhando qualquer achado preocupante com seus pares no ambiente de trabalho.
Na manhã de sábado, 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil,…
Certificado lista destinos em áreas costeiras que tiveram compromisso com a preservação ambiental e o…
Gisèle Pelicot abriu mão do anonimato para tornar público o julgamento de seu ex-marido e…
"Embora 99,999% dos usuários do Telegram não tenham nada a ver com crimes, os 0,001%…
Mesmo com o imposto de 100% sobre o valor dos veículos americanos, os carros elétricos…
A medida tem como objetivo garantir o direito ao voto para o eleitor. A restrição…