A palavra que domina o comitê de Lula (PT) desde ontem é “imprevisível”, sobre o que esperam, de fato, da postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) no debate da TV Globo desta quinta-feira (29). Como não possui garantias, a campanha do petista se prepara para diferentes cenários.
Além do foco na corrupção, a campanha do PT espera encontrar no debate um Bolsonaro do “cercadinho” do Palácio da Alvorada, de onde saem pautas como ataques às urnas eletrônicas, agenda de costumes e teorias da conspiração.
Diante dos acontecimentos dos últimos dias, coordenadores da campanha de Lula afirmam ao blog que um “vale tudo” pode se dar no debate de hoje – mas não em temas como corrupção e escândalos de gestões petistas, o que é previsível, mas sobre a vida pessoal e familiar do ex-presidente Lula. Também se preparam para fake news sobre casos emblemáticos de petistas que vira e mexe são explorados por bolsonaristas nas redes sociais, como a morte do prefeito Celso Daniel, por exemplo.
Lula em encontro com empresários em São Paulo — Foto: Arquivo pessoal / Prerrogativas
Um integrante da campanha petista diz que, nos últimos dias, estão sendo monitorados focos de ataques nas redes sociais para obter pistas de um “roteiro” bolsonarista na reta final, mas repete que é “imprevisível” cravar o que Bolsonaro vai tirar de sua caixa de ferramentas – que, para o PT, pode ser “emprestada” e ter como sócio Padre Kelmon (PTB) em uma dobradinha com o presidente.
No comitê de Bolsonaro, como o blog revelou, há um racha a respeito da melhor tática na reta final. Políticos do Centrão preferem focar o ataque a Lula em temas ligados a corrupção e escândalos das gestões petistas. Mas a ala liderada pelo filho do presidente Carlos Bolsonaro – responsável pela campanha nas redes sociais – tem convencido o presidente nos últimos dias a adotar a sua estratégia, usando também ataques pessoais contra o petista. Entre políticos, a postura é apelidada de “linha Carluxo”.
A preocupação de assessores presidenciais é de que levar pautas “abaixo da linha da cintura” e fake news para o debate da TV Globo a três dias da eleição poderá selar o fim da disputa no primeiro turno. Por isso, alguns políticos tentam – ainda – convencer Bolsonaro a ser mais propositivo e não reproduzir “fake news de zap” sobre seu adversário em rede nacional. Por ora, assim como na avaliação da campanha de Lula, aliados de Bolsonaro respondem ser “imprevisível” saber o limite que irá o presidente no debate de hoje.
Eleições 2022: Quem é Luiz Inácio Lula da Silva
Na quarta-feira (28), o relatório do PL divulgado sobre urnas e desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi justificado por aliados de Valdemar Costa Neto como pressão de Bolsonaro. Valdemar, segundo essa versão, teria sido pressionado por Bolsonaro após ter dito em visita ao TSE que não existe sala secreta.
A versão não se sustenta, pois Valdemar é o “dono” do partido – e não há nada que aconteça na sua sigla que não tenha sua anuência ou ciência. O objetivo de Valdemar é fazer a maior bancada da Câmara – e, para isso, investiu a maior fatia do seu bolo partidário em candidaturas de parlamentares. Isso irritou a campanha presidencial, que verbalizou, por meio de Flávio Bolsonaro (PL), que a campanha estava sem dinheiro. Valdemar aguarda a eleição de bolsonaristas para começar a se mexer em direção a um eventual novo governo que, acredita, será do ex-presidente Lula. Enquanto isso, ele faz o que o Centrão sabe fazer de melhor: um pé em cada canoa, morde e assopra com data de validade – dia 3 ou dia 31 de outubro.
Membros do Centrão acreditam que o objetivo de Bolsonaro com o relatório é forçar Alexandre de Moraes, presidente do TSE, a cometer algum erro, como pedir a prisão do responsável pela análise. Isso reforçaria a narrativa de Bolsonaro de que o ministro o persegue.
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