Jorge Eduardo Naime Barreto foi preso na terça-feira (7). Retirada de bolsonarista em frente ao QG do Exército, em Brasília, só ocorreu após o ataque às sedes dos três Poderes. Coronel João Eduardo Naime Barreto
PMDF/Reprodução
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime Barreto afirmou que o Exército Brasileiro “frustrou todos os planejamentos e tentativas” de desmobilização do acampamento golpista que foi montado em frente ao Quartel-General da Força, no Setor Militar Urbano, em Brasília.
Naime Barreto foi detido na terça-feira (7) na 5ª fase da operação Lesa Pátria, que busca investigar os envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro – quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes. Ele chefiava o departamento operacional da PMDF.
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O coronel contou à PF que, em dezembro do ano passado, participou de uma reunião no Palácio do Planalto com integrantes da Segurança Pública do DF em que foi detalhado o planejamento para a retirada das pessoas do acampamento.
Segundo Naime Barreto, a desmobilização dos golpistas ocorreria antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República – em 1º de janeiro deste ano. O coronel afirmou que a Polícia Militar “colocou todos os meios necessários à disposição do Exército Brasileiro”.
“Que a PMDF colocou todos os meios necessários à disposição do Exército Brasileiro (mais de 500 policiais, tropa de choque, aeronave, etc.); que ficaram em condições para efetuar a operação de retirada do acampamento”, detalhou Naime Barreto à PF.
O coronel disse, no entanto, que “posteriormente chegou a informação que o general Dutra [comandante militar do Planalto à época], por ordem do comandante do Exército, havia suspendido a operação”. Ele completou:
“[…] Essa foi apenas uma das reuniões com esse objetivo, mas Exército frustrou todos os planejamentos e tentativas”.
No dia 29 de dezembro, o Exército informou que decidiu adiar uma operação. A medida foi motivada, de acordo com a Força, para preservar a segurança dos envolvidos.
O acampamento bolsonarista só foi desmontado em 9 de janeiro – um dia após os atentados contra o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Mais de 1 mil suspeitos foram presos em flagrante pelo envolvimento nos ataques.
A TV Globo pediu esclarecimentos para o Exército, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
‘Apagão da inteligência’
Naime Barreto também afirmou à PF que acha que houve um “apagão total da inteligência” durante os atos golpistas.
No dia 8 de janeiro, o coronel estava de férias, mas foi visto na Esplanada dos Ministérios. No depoimento, ele disse que foi ao local para ajudar os policiais militares.
Outro policial militar detido pela operação Lesa Pátria, o tenente Rafael Pereira Martins, declarou para a Polícia Federal que o baixo efetivo da PM na Esplanada “ocasionou a dificuldade em conter os manifestantes”.
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