Os principais líderes políticos da Coreia do Norte “criticaram amargamente” os funcionários responsáveis por uma tentativa frustrada de lançar um satélite militar no mês passado e ordenou que tentassem novamente, informou a mídia estatal na segunda-feira.
O lançamento de 31 de maio foi feito para colocar em órbita o primeiro satélite de reconhecimento militar da Coreia do Norte. Mas o foguete, que disparar alarmes e uma ordem de evacuação em Seul, apresentou defeito e caiu no mar na costa oeste da Coreia do Sul.
O Sul mais tarde resgatou o que parecia ser o segundo estágio do foguete – um novo modelo, o Chollima-1 – junto com outros detritos que poderiam fornecer dados valiosos sobre o avanço da tecnologia de foguetes e mísseis do Norte.
Em uma reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte que terminou no domingo, o Politburo do partido “criticou amargamente os funcionários que conduziram irresponsavelmente os preparativos para o lançamento do satélite”, informou a Agência Central de Notícias da Coreia.
Kim Jong-un, líder do país, presidiu a reunião, segundo o relatório, que não fez menção a qualquer punição para os funcionários envolvidos no lançamento fracassado.
Especialistas dizem que colocar satélites espiões em órbita tornaria as forças armadas da Coreia do Norte mais eficazes e seu arsenal nuclear mais perigoso. O Sr. Kim tornou sua principal prioridade expandir esse arsenal, mesmo quando ele luta para dar o pontapé inicial a economia cambaleante de seu país.
Na reunião do partido, o Politburo disse que o rápido desenvolvimento dos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte criou uma “crise de segurança intransponível” para os Estados Unidos e seus aliados na região. Mas também revelou deficiências, “a mais grave” das quais foi o fracasso do lançamento do satélite, disse.
Funcionários e cientistas receberam ordens para resolver seus problemas técnicos e lançar outro satélite “em um curto espaço de tempo”, de acordo com a reportagem da mídia estatal.
As resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas proíbem a Coreia do Norte de lançar mísseis balísticos, bem como foguetes para seu programa espacial. Testar esses foguetes ajuda o Norte a desenvolver os mísseis balísticos de longo alcance que deseja equipar com ogivas nucleares, diz a ONU.
A Coreia do Norte realizou um número extraordinariamente alto de testes de mísseis desde o ano passado, aparentemente tirando vantagem do que Kim chamou de “uma neoguerra fria”, à medida que as tensões aumentam entre os Estados Unidos e a China e o conflito se intensifica na Ucrânia. A Casa Branca também acusou o Norte de abastecendo foguetes e mísseis de infantaria para a Rússia para uso na Ucrânia, o que Pyongyang negou.
A intensificação da polarização global ajudou a Coreia do Norte em alguns aspectos. Nos últimos meses, a Rússia e a China frustraram as tentativas americanas no Conselho de Segurança de impor novas penalidades ao Norte por seus testes de armas.
Mas também levou os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul a intensificar sua cooperação militar, citando a necessidade de garantir a estabilidade no nordeste da Ásia e se proteger contra o que eles chamam de comportamento imprudente do Norte.
Na reunião do Partido dos Trabalhadores, as autoridades norte-coreanas pediram “mais fortalecimento da solidariedade com os países que se opõem à estratégia bandida dos EUA pela supremacia mundial”.
A Coreia do Norte disse que a “situação complicada e séria” em torno da Península Coreana exigia que ela “renovasse incessantemente seu potencial militar”. Testes de armas recentes mostraram que o Norte está tentando diversificar suas opções para potencialmente lançar ataques nucleares, tornando seus mísseis mais difíceis de detectar e interceptar.