A Comissão Europeia recomendou nesta quarta-feira (12) que a Bósnia receba status de candidata a integrar a União Europeia, sob o entendimento de que reforçará sua democracia e tomará outras medidas.
“Os ventos da mudança sopram mais uma vez na Europa e temos que aproveitar este momento”, disse Ursula von der Leyen, presidente do braço executivo da UE. “Os Balcãs Ocidentais pertencem à nossa família e temos que deixar isso muito, muito claro.”
Em seu relatório anual sobre a ampliação da UE, a Comissão disse que a Bósnia tem que reforçar sua democracia, a funcionalidade das instituições estatais e do Estado de Direito, atacar a corrupção e o crime organizado, garantir liberdade de imprensa e gestão de imigração.
A paciência de alguns países dos Balcãs Ocidentais na sala de espera da UE está acabando e críticos do ritmo lento da ampliação do bloco dizem que isso abre espaço para a Rússia e para a China estenderem sua influência sobre a região.
Von der Leyen disse que adversários da UE olham para os Balcãs como um “tabuleiro de xadrez geopolítico”, buscando “criar distância entre a região e o resto da Europa”.
A Comissão afirmou que outros cinco Estados dos Balcãs Ocidentais – Albânia, Kosovo, Montenegro, Macedônia do Norte e Sérvia – e a Turquia, que têm status de candidatos, precisam fazer mais progresso em reformas importantes, incluindo Estado de Direito, combate à corrupção e liberdade de imprensa.
Ela cobrou que a Sérvia, que tenta equilibrar seus laços históricos com a Rússia e sua tentativa de entrar na UE, “melhore como uma questão prioritária” seu alinhamento com a política externa do bloco. Candidata à UE, a Sérvia ainda não impôs sanções contra a Rússia.
A Comissão também recomendou que o regime de liberalização de vistos seja concedido a Kosovo, o único país europeu que precisa de visto para viajar para países ocidentais.
A ministra das Relações Exteriores da Bósnia, Bisera Turkovic, disse que a decisão de conceder status de candidata à Bósnia era bem-vinda e histórica e que encoraja reformas e o cumprimento das condições necessárias, antes da abertura de conversas para que o país seja membro da UE.
“A retomada desse processo é de vital importância para os cidadãos e para o Estado da Bósnia e para a estabilização de toda a região”, disse Turkovic, no Twitter.
O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, comentando sobre a decisão de recomendar status de candidata à Bósnia, disse que a invasão da Rússia à Ucrânia ressaltou a importância de ampliar a UE e seu significado geopolítico.
“É um investimento de longo prazo em paz, prosperidade e estabilidade para nosso continente”, disse.