Um tribunal penal francês iniciou o histórico julgamento por homicídio culposo da Air France e da fabricante de aviões Airbus nesta segunda-feira (10), com parentes exigindo justiça 13 anos depois que uma aeronave de passageiros A330 caiu no oceano Atlântico, matando todos a bordo.
Os chefes de ambas as empresas se declararam inocentes de homicídio corporativo involuntário depois que funcionários leram os nomes de todos os 228 que morreram quando o AF447 desapareceu durante uma tempestade equatorial noturna a caminho do Rio de Janeiro para Paris em 1º de junho de 2009.
“Há treze anos esperamos por este dia e nos preparamos há muito tempo”, disse Daniele Lamy, que perdeu seu filho no pior acidente da companhia aérea francesa.
Partes de avião da Air France resgatados no oceano Atlântico chegam ao porto de Recife em 2009 — Foto: Alexandre Severo/JC Imagem/REUTERS
Após uma busca de dois anos pelas caixas-pretas do A330 usando submarinos remotos, os investigadores descobriram que os pilotos responderam de forma equivocada a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados e caíram em queda livre sem responder aos alertas.
Mas a agência de acidentes BEA da França também revelou discussões anteriores entre a Air France e a Airbus sobre a confiabilidade das sondas e fez dezenas de recomendações de segurança, desde o design da cabine do piloto até o treinamento e operações de busca e resgate.
Resumindo uma fase anterior do processo judicial, um juiz de Paris disse que a Airbus foi acusada de reagir muito lentamente a um aumento no número de incidentes de gelo, o que prejudicou as exibições de velocidade e subestimou o impacto sobre os pilotos assustados.
Especialistas dizem que os papéis relativos a erro do piloto ou do sensor serão fundamentais para o julgamento, expondo uma batalha que dividiu a elite aeronáutica da França.
Familiar de vítima do voo AF 447 apresenta cartaz escrito “Justiça francesa 13 anos atrasada” — Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS
Advogados alertaram contra permitir que o tão esperado julgamento, que está acontecendo depois que a decisão de arquivar o caso foi anulada, deixe de lado os membros da família representados no primeiro dia.
A Airbus culpa o piloto pelo acidente, enquanto a AirFrance afirma que alarmes confusos sobrecarregaram os pilotos.
É a primeira vez que empresas francesas são julgadas por “homicídio involuntário” após um acidente aéreo. As famílias das vítimas dizem que os diretores também deveriam estar no banco dos réus.
O AF447 provocou uma reflexão sobre treinamento e tecnologia e é visto como um dos poucos acidentes que mudaram a aviação, incluindo melhorias em todo o setor no manuseio da perda de controle.
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