Com militares golpistas na mira do STF, Forças Armadas evitam 'trabalho sujo' de punir os seus e Alexandre de Moraes sai fortalecido


Militares investigados por atos golpistas de 8 de janeiro serão julgados pelo STF, em vez da Justiça Militar. Repórter do jornal ‘O Globo’ explica por que Forças Armadas aceitaram acordo de bom grado. Os militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes decidiu que não cabe à Justiça Militar investigar quem participou ou facilitou a invasão de bolsonaristas radicais na sede dos Três Poderes, em Brasília.
A decisão de Moraes foi recebida com naturalidade por integrantes da cúpula das Forças Armadas. Rafael Moraes Moura, repórter do jornal “O Globo”, em Brasília, explica por que os militares aceitaram o acordo de bom grado.
Atos terroristas em Brasília
Jornal Nacional/ Reprodução
“Os atentados terroristas de 8 de janeiro criaram uma mácula muito grande na história da República, nas Forças Armadas”, diz. “A gente sabe que não é o todo das Forças Armadas […] – mas no fundo as Forças Armadas não querem ter que fazer o trabalho sujo de punir os seus. Então, é conveniente para as Forças Armadas terceirizar esse trabalho.”
Moura afirma ainda que o acordo faz com que Alexandre de Moraes concentre ainda mais poderes para si – e saia ainda mais fortalecido.
“Ele é presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ele é relator do inquérito das fake news. Ele é relator do inquérito das milícias digitais. Ele é relator do inquérito dos atos antidemocráticos. E agora ele também assume a investigação no caso dos oficiais das Forças Armadas e envolvidos nesses atos antidemocráticos.”
Ouça a entrevista completa no podcast O Assunto.

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