Programa tem impressionado pela sua capacidade de responder perguntas e realizar tarefas, mas não são muito bons em relação à capacidade de se adaptar — algo que crianças e bebês são muito boas em fazer. Potencial do ChatGPT e de sua nova versão, o GPT-4, vem causando discussões sobre o impacto sobre a humanidade de um sistema de IA tão desenvolvido
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Você provavelmente já usou. E definitivamente já ouviu falar dele. ChatGPT tem sido apontado como um programa que muda as regras do jogo.
Ele pode escrever canções. Explicar física quântica. E dizer como eu posso aumentar a minha inteligência. No entanto, diferente dos humanos, não são muito bons em relação à capacidade de se adaptar (leia mais abaixo).
O Google já lançou um rival para o ChatGPT, o Bard. E, nesta semana, figuras importantes da inteligência artificial assinaram uma carta em que defendem uma suspensão por ao menos seis meses do desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial (IA) mais poderosos.
Eles citam riscos e perigos para humanidade e dizem que a corrida para a evolução desses programas está fora de controle.
A OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT, lançou recentemente o GPT-4, uma versão ainda mais avançada do sistema que impressionou os observadores.
Computadores parecem estar rapidamente superando seus criadores. Mas isso é realmente verdade?
Ori Ossmy, pesquisador do Centro Cerebral e Desenvolvimento Cognitivo da Birkbeck, Universidade de Londres, diz que “o sistema tem algoritmos muito sofisticados, mas o que basicamente eles fazem é coletar muita informação da internet e dessa forma conseguem atender diferentes perguntas e solicitações”.
“Mas eles não são muito bons em relação à capacidade de se adaptar. Não são muito bons em aprender uma determinada coisa dentro de alguns cenários, alguns ambientes, e depois aplicar [essa experiência] em um ambiente diferente. Algo que as crianças e bebês são muito boas em fazer.”
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É a nossa capacidade de adaptação que nos deixa um passo à frente da inteligência artificial?
Desde o nascimento, nosso cérebro se adapta e se molda ao ambiente de uma forma muito eficiente.
“Nós estamos muito, muito longe de computadores com capacidade de adaptação, creio eu. Talvez a gente descubra como isso pode ocorrer”, afirma Ossmy.
“As experiências (desses algoritmos) são bem menos flexíveis, tem menos variação comparado ao que vivem as crianças e bebês, que precisam se adaptar a um corpo diferente todos os dias.”
Mas neurocientistas ainda não têm uma ideia muito clara de por que nosso cérebro tem uma capacidade tão boa de adaptação. E até entendermos melhor como esse processo funciona, computadores não conseguirão rivalizar com humanos.
E, por sorte, o ChatGPT sabe das limitações de sua própria mente virtual.
“Eu não consigo reproduzir toda a extensão da inteligência humana”, responde o programa.
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