Centenas de mulheres protestaram neste sábado (1º) contra a violência de gênero no Equador, que já matou 206 pessoas até agora este ano, incluindo a de uma advogada assassinada em uma academia de polícia.
Levantando cartazes com mensagens como “Olhe bem para mim porque posso ser a próxima” e “Somos o coração de quem não bate mais”, manifestantes protestaram contra o “Estado feminicida”.
O país está abalado com o assassinato da advogada María Belén Bernal, 34 anos, pelas mãos de seu marido, o tenente Germán Cáceres.
Bernal desapareceu em 11 de setembro, após entrar na Escola Superior da Polícia (ESP), instalação para a formação de oficiais, localizada nos arredores da capital, para visitar Cáceres, o principal suspeito do feminicídio, que está foragido. O corpo da advogada foi encontrado quatro dias depois em um morro próximo da academia.
Por causa do caso, que está sendo investigado, o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, ordenou a destituição de dois generais e do então ministro do Interior, Patricio Carrillo.
“Ofendem-se mais com uma mulher livre do que uma mulher assassinada”, dizia outro cartaz durante a manifestação em Quito, que foi até a sede do comando-geral da Polícia, na zona norte da cidade, que foi atacada com ovos e tinta vermelha e amarela.
O Ministério Público informa que desde 2014 foram registrados 573 feminicídios, crime passível de punição com pena de até 26 anos de prisão.
Aos gritos de “Nós nos queremos vivas”, ativistas de grupos sociais marcharam pelas ruas da capital, assim como de outras cidades equatorianas, diante da convocação das organizações sociais para se “unirem contra o Estado feminicida e transfeminicida”.
Estatísticas oficiais indicam que 65 em cada 100 mulheres entre 15 e 49 anos sofreram algum tipo de violência no Equador, que tem 18 milhões de habitantes.
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