Caso Bruno e Dom: Justiça autoriza soltura de suspeito de ordenar assassinatos de indigenista e jornalista | Política

Segundo a defesa de Colômbia, o suspeito vai passar por uma audiência de custódia no próximo dia 24 para tratar da liberdade em um outro processo que apura sua participação em organização criminosa armada e crimes ambientais.

Por esse motivo, Colômbia deverá seguir preso até que saia o resultado dessa audiência.

O advogado Eduardo de Souza Rodrigues informou que a Justiça revogou a privisão preventiva por reconhecer o direito de Colômbia de responder o processo em liberdade.

De acordo com Rodrigues, foi concedida a liberdade provisória, submetida a medidas cautelares, como o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de moradia em Manaus.

Rodrigues afirmou que Colômbia é investigado pelos homicídios, mas que a “PF ainda não reuniu um único elemento de ligação dele com as mortes”. O advogado disse ainda que a defesa trabalha para mostrar que ele não participou do crime.

O Ministério Público Federal recorreu da soltura ainda na quinta-feira (6). A procuradora da República Aline dos Santos afirmou que a liberdade “possibilitará que a associação criminosa que atua na região de Atalaia do Norte volte a agir com normalidade. O líder da associação estará livre para reorganizar o grupo. Há, dessa forma, alto risco de reiteração”, escreveu.

Colômbia foi detido em flagrante por uso de documentos falsos ao ser ouvido na delegacia de Tabatinga sobre suposta participação nos homicídios. À época, ele negou envolvimento com os assassinatos.

A Polícia Federal, no entanto, aproveitou a prisão de Colômbia para aprofundar as investigações sobre as mortes do jornalista e do indigenista.

Caso Bruno e Dom: PF decide ouvir novamente presos por assassinatos e ocultação de cadáver

Caso Bruno e Dom: PF decide ouvir novamente presos por assassinatos e ocultação de cadáver

As mortes de Bruno e Dom ocorreram em junho deste ano na região da Terra Indígena Vale do Javari. Apesar de negar participação nos crimes, Colômbia é apontado por indígenas como o mandante das mortes de Bruno e Dom.

Ele também é suspeito de usar o esquema da pesca ilegal de pirarucu, tracajás e animais de caça para lavar dinheiro do narcotráfico.

Outros três homens são investigados pelos assassinatos:

  • Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”
  • Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como“Dos Dantos”
  • Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”

Os três estão presos, em decorrência das investigações.

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público Federal entendeu que os três homens devem ser julgados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O MPF argumentou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime. Disse ainda que a participação de Oseney foi mencionada em depoimentos de testemunhas.

Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez em 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.

Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho. As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.

A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde estavam os corpos.

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