A Caixa Econômica Federal emitiu fato relevante nesta segunda-feira (17) para informar que acatou a renúncia do vice-presidente de Tecnologia e Digital do banco, Claudio Salituro.
“A Caixa Econômica Federal comunica à sociedade brasileira, aos seus clientes e empregados, e ao mercado em geral que o Conselho de Administração acatou, nesta data, pedido de renúncia, por questões pessoais, do Sr. Claudio Salituro ao cargo de Vice-Presidente de Tecnologia e Digital”, diz o comunicado do banco ao mercado.
“A Caixa agradece ao Sr. Claudio Salituro pelas relevantes contribuições, profissionalismo e dedicação, desejando-lhe sucesso nos novos desafios”, completa o texto, que não indica o substituto de Salituro no posto. O g1 e a TV Globo tentam contato com Salituro.
A TV Globo apurou que a decisão foi tomada durante a reunião do Conselho de Administração da Caixa que analisou um relatório da corregedoria, com mais de 500 páginas, sobre as denúncias de assédio contra o ex-presidente do banco Pedro Guimarães.
As conclusões sobre a análise desse relatório não tinham sido divulgadas pela Caixa até a última publicação desta reportagem.
Em julho, o blog do jornalista Ricardo Noblat no site Metrópoles publicou vídeos em que Claudio Salituro aparece filmando e xingando servidores do banco. Na época, a Caixa afirmou que o material seria apurado pelo banco e por uma auditoria privada contratada após as denúncias virem à tona.
A Caixa tem 12 vice-presidências. Desde o início das denúncias, Salituro é o quarto vice do banco a cair. Antes, foram trocados:
Denúncias de assédio na Caixa são investigadas em inquérito civil
As denúncias de assédio moral e sexual praticados pelo ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, que comandava o banco desde o início do governo Jair Bolsonaro, vieram à tona no fim de junho. O material foi divulgado pelo site Metrópoles e confirmado pela TV Globo.
As funcionárias do banco que passaram pelas situações de assédio já tinham denunciado os casos à Justiça e, naquele momento, decidiram também levar a denúncia à imprensa.
O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal de Contas da União abriram investigações sobre o caso.
Segundo o MPT, a primeira denúncia de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa aconteceu em julho de 2019, quando Guimarães estava há apenas seis meses no exercício do cargo. Mas, segundo os procuradores, a empresa não adotou qualquer providência para investigar a denúncia.
Devido à suposta omissão, o MPT pediu a condenação da Caixa Econômica Federal em R$ 305 milhões.
Os procuradores também solicitaram que a Justiça determine que a Caixa abstenha-se de praticar ou permitir a prática de quaisquer atos que importem a retaliação a pessoas que utilizem o canal de denúncias interno ou que tenha participado como testemunha em investigação do Ministério Público ou dos demais órgãos de fiscalização.
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