Burkina Faso sofre segundo golpe militar em oito meses | Mundo

Nesta sexta-feira (28), o capitão do exército de Burkina Faso, Ibrahim Traore, depôs o líder militar Paul-Henri Damiba, dissolvendo o governo. Este é o segundo golpe no país da África Ocidental em oito meses.

Em um comunicado lido na televisão nacional, na capital Ouagadougou, Traore disse que um grupo de oficiais que ajudou Damiba a tomar o poder em janeiro decidiu destituir seu líder devido à sua incapacidade de lidar com a crescente insurgência islâmica. Damiba havia deposto o ex-presidente Roch Kabore em janeiro, em parte pelo mesmo motivo.

A constituição burkineonse foi suspensa e a carta de transição dissolvida, as fronteiras estão fechadas indefinidamente e todas as atividades políticas e da sociedade civil estão suspensas. Foi declarado um toque de recolher das 21:00 às 05:00, horário local.

“Infelizmente, nosso ideal comum foi traído pelo nosso líder tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba em quem depositamos toda a nossa confiança. Com efeito, a deterioração da situação de segurança que justificou nossa ação foi relegada a segundo plano em favor de infelizes aventuras políticas”, afirmou o oficial Kiswensida Farouk Aziz Sorgho, ao ler o comunicado na TV.

“Longe de libertar os territórios ocupados, as áreas outrora pacíficas ficaram sob o controle de grupos armados terroristas. Nosso valente povo já sofreu o suficiente e ainda está sofrendo”, disse Sorgho.

“Diante da deterioração da situação, tentamos várias vezes fazer com que Damiba reorientasse a transição para a questão da segurança”, disse o oficial.

Segundo o documento, o antigo líder rejeitou as propostas dos oficiais para reorganizar o exército e manteve a estrutura militar que levou à queda do regime anterior. “As ações de Damiba gradualmente nos convenceram de que suas ambições estavam se desviando do que nos propusemos a fazer. Decidimos, neste dia, remover Damiba”, afirmou.

As partes interessadas nacionais serão convidadas em breve a adotar uma nova carta de transição e designar um novo presidente civil ou militar para Burkina Faso.

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